Análise: Streaming ainda precisa oferecer uma experiência melhor

O movimento da Netshoes pelo streaming é uma clara mostra de que o segmento não está mais no ramo das previsões, e sim dos grandes investimentos das marcas que envolvem o esporte. Mas, se o modelo de transmissão tem se espalhado e crescido com rapidez, ainda está longe do ideal. Especialmente porque a experiência do consumidor não é a melhor possível.

Um dos maiores trunfos da Netflix no mercado é técnico. O telespectador coloca o seriado para rodar, e a imagem rapidamente se adapta à conexão, dificilmente com pausas ou com mudanças de definição. Basicamente, não se perde nada em relação à televisão convencional. O mesmo não pode ser dito sobre muitos players do esporte.

E isso acontece especialmente quando se pensa na cauda longa do streaming. A grande atração, como a NFL na Amazon, tem o que há de melhor. O problema mora nos produtos menos requisitados do mercado, aqueles que são atendidos apenas pelo streaming e que a Netshoes quer propagar. O desenvolvimento desses esportes fica limitado às dificuldades técnicas.

Por experiência própria, assistir ao futebol brasileiro no Estados Unidos tem exigido paciência. O Premiere sofre com a qualidade da imagem, constantes quedas e um delay de vários minutos, mesmo com uma conexão poderosa. A Libertadores no Fox Soccer Match Pass é um maltrato só: às vezes, a partida não tem nem narração e nem mesmo placar no canto da tela.

Há duas questões centrais para a mudança desse cenário. A primeira é de conexão, que tem data de validade: o 5G será implementado em 2020 e deverá mudar a ideia de velocidade na internet. A segunda envolve o aparato e o know-how de transmissão de um evento esportivo, algo caro e complexo. Nesse caso, o problema deve persistir.

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