Análise: Streaming é a saída, mas precisa ser um negócio

A crise na mídia, que desde o fim dos Jogos Olímpicos de 2016 tem feito corte significativo de orçamento, parece ter ajudado o esporte no Brasil a entrar para o universo do streaming.

Os lançamentos, no último final de semana, das transmissões da Superliga de vôlei e do Campeonato Catarinense (detalhes na página 5) mostram que as entidades esportivas perceberam que não dá mais para depender da TV.

A alternativa para a crise na mídia é naturalmente o esporte deixar de lado o comodismo e passar a buscar ser o dono do conteúdo. Isso vai viabilizar até mesmo a transmissão pela TV, que gastará menos para colocar um evento em sua grade de programação.

O vôlei, que sofria com o descaso da transmissão da RedeTV!, tomou a decisão mais lógica. Depois de a CBV fazer a indecente proposta de permitir que os clubes viabilizassem a transmissão por streaming, desde que para isso usassem o canal da entidade no Facebook, agora a entidade seguiu a lógica e buscou parceria para conseguir viabilizar a transmissão das partidas.

Já o futebol catarinense foi um passo à frente. Fechou um sistema para, desde o início, cobrar para exibir jogos.

No cenário atual, em que o esporte tem de buscar mais receita e ampliar o acesso ao torcedor, o modelo catarinense parece ser o mais acertado. É preciso criar a cultura de que o streaming não é um produto gratuito.

Ficou claro, para o esporte no Brasil, que sem a verba da TV, a saída é ser o dono do próprio nariz e fazer o produto chegar até o torcedor. O problema é que a maioria dos gestores ainda não vê isso como negócio. Em vez de olharem como chance para fazer dinheiro, pensam só com a cabeça do torcedor que quer um meio de assistir ao jogo.

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