A Eurocopa não registra, pelo menos até agora, nenhuma grande ameaça terrorista, como temiam os organizadores da competição. Em compensação, os incidentes entre torcedores têm sido constantes e não se limitam aos temidos hooligans ingleses de anos atrás. A violência parte de nacionalidades e regiões diversas e acontece em qualquer sede do torneio.
Como ocorreu há quase 20 anos, quando organizaram a Copa do Mundo, a polícia francesa voltou a mostrar que ainda patina quando o assunto é segurança e garantia da ordem.
Na quarta-feira da semana passada, um grupo de torcedores ingleses humilhou crianças ciganas em Lille, atirando moedas em sua direção. O vídeo, divulgado nas redes sociais, chocou muitas pessoas. A polícia não agiu.
No dia seguinte, foi a vez de uma equipe da TV Bandeirantes ser insultada por torcedores alemães no centro de Paris. Sobrou chute para uma repórter e tapa na cara do cinegrafista negro, que foi alvo de racismo. A segurança, novamente, nada fez.
Nos estádios, torcedores croatas, albaneses e romenos atiraram sinalizadores em campo, mostrando falhas na vistoria na entrada das arenas. Erro que pode custar vidas, caso o terror resolver dar as caras.
Não bastasse isso, torcedores húngaros neonazistas brigaram entre si durante jogo em Marselha. Mais uma vez, a inteligência francesa falhou ao não coibir a entrada desses fanáticos no país.
Temos tendência a ver os eventos europeus de futebol como exemplo de organização e sucesso (e na maioria das vezes realmente são). A França, abalada por seguidos ataques terroristas nos últimos tempos, mostra que pouco aprendeu com eles ao transpor o problema para seus estádios durante a Eurocopa.