Análise: Super Bowl ensina esporte a se vender

Seria o Super Bowl o espetáculo mais grandioso do esporte? Arrisco dizer que a grande decisão do futebol americano não está nem entre os cinco maiores eventos esportivos de um único dia, mas é inegável a capacidade americana de promover um único evento de forma a torná-lo um fenômeno mundial.

O segredo do sucesso do Super Bowl está em entregar um grande espetáculo não apenas para o fã do esporte mas também para quem gosta de um bom entretenimento. Nos Estados Unidos, é inegável a atratividade do evento. O esporte mais popular do país é o futebol americano. Naturalmente, a decisão do campeonato nacional é o evento que faz com que as pessoas desejem parar o que está fazendo e ligar a televisão.

E é exatamente aí que está a grande sacada da NFL. O Super Bowl virou evento obrigatório não só para o fã do esporte mas também para a família americana. Seria, mal comparando, como se transformássemos a final do Brasileirão (ou da Copa do Brasil, como preferir) num evento que não fosse só um jogo de futebol mas um acontecimento que refletisse um pouco da nossa cultura, da nossa identidade.

Esse talvez seja o maior mérito que a NFL tem em todo o processo de profissionalização da liga. Ela conseguiu transformar num grande negócio algo tradicional. E, assim, cada vez mais, entrega um evento que é completamente inovador sendo, ao mesmo tempo, extremamente tradicional aos costumes do esporte.

Show do intervalo, comerciais de televisão caríssimos, cidades que investem fortunas para abrigar um único evento de tal porte. Tudo o que cerca o Super Bowl tem um quê hiperbólico. E é tanta informação, tanta suntuosidade, que o essencial, que é o evento em si, acaba se transformando em parte de um show ainda maior.

O ponto é que, ao atingir tal magnitude, o Super Bowl mostra para o restante do mercado esportivo qual é o caminho a se seguir. A final de uma competição precisa ser transformada num evento único e diferente de todo o restante do torneio.

Há quatro edições, a Fifa levou esse conceito para a final da Copa do Mundo. A princípio, numa ação com a Adidas, em 2006, na Alemanha, para ter uma bola diferenciada. Agora, toda a comunicação do dia derradeiro se transforma.

Desde 2010, a Uefa passou a fazer a final da Liga dos Campeões num sábado. O motivo? Dar melhor entrega a patrocinadores, torcedores e donos de direitos de transmissão em todo o planeta.

O Super Bowl pode não ser o maior evento esportivo do mundo. Mas sabe se vender como tal.

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