O Brasil tem o melhor surfista do mundo. Gabriel Medina se tornou o primeiro brasileiro a ganhar o ano no circuito mundial da modalidade.
E, agora, o surfe do país se vê diante da cilada que já pegou diversos outros esporte, por aqui e lá fora:
Temos um ídolo. O que fazer?
O maior risco que o surfe brasileiro corre é o de não conseguir ser tão desenvolvido e importante para viver além do seu maior ídolo. Esse foi o erro que atrapalhou o automobilismo após a era Senna, que minou as forças do futsal com Falcão, que complica a vida do UFC com o apagar da carreira de Anderson Silva e que tem seu melhor exemplo no tênis pré, durante e após Guga.
O esporte que concentra todas as suas atenções num grande ídolo corre imenso risco de sucumbir junto com o fim de carreira do atleta.
O ídolo é fundamental para ajudar a promover o esporte. Mas ao se tornar maior do que a modalidade que ele representa, ele representará para ela o seu apogeu e seu fim.
Guga aumentou sensivelmente o interesse do brasileiro pelo tênis. Mas, atuando quase como uma estrela solitária do esporte, ele concentrou os investimentos, a mídia e a torcida. Quando parou, levou consigo boa parte dos fãs do esporte.
Num país tão pobre culturalmente no esporte, como é o caso do Brasil, ter um ídolo é importante para que o desejo de consumir a modalidade atinja patamares nunca antes vistos.
Só que, se o esporte seguir menor que o ídolo, ele logo verá seu fim.