Análise: Teatro de Zico na Fifa é dispensável ao futebol brasileiro

Zico e Del Nero: Unidos?

Assim que Joseph Blatter caiu da Fifa, o ex-jogador Zico se colocou à disposição do cargo. Agora, parece ter levado a iniciativa mais a sério e já tenta angariar alguns votos entre presidentes de confederações. O primeiro deles foi justamente o de Marco Polo Del Nero, que confirmou apoio, caso ele consiga outros quatro países para fazer o mesmo.

Portanto, para combater a corrupção vigente na Fifa, Zico tirou foto abraçado ao dirigente que se recusa a sair do país. Aquele mesmo, que era vice de Marin, preso na Suíça, dentro da Fifa. Que era vice de Teixeira, aquele ninguém nem sabe por onde anda.

A pouca familiaridade de Zico com os bastidores do esporte somada a essa união fora de propósito fazem com que a pré-candidatura de Zico pareça um grande teatro oportunista. E tal encenação era absolutamente desnecessária nesse momento. Até porque o único que ganhou algo até agora foi Del Nero.

A questão é que Zico nunca se envolveu a fundo com a política do esporte. Por pouquíssimos meses, ele foi secretário de desportos no início da década de 1990. A Lei Zico só funcionou de fato quando ganhou o nome de Pelé. Do período, sobraram apenas elogios do ex-jogador ao ex-presidente Fernando Collor de Mello.

Vinte anos depois, foi a vez de ser diretor-executivo no Flamengo, uma experiência que também durou apenas poucos meses.

Se genuinamente Zico quer transformar ou moralizar o esporte, ele está no caminho errado. Antes do cargo máximo, os primeiros passos ainda são necessários. O lado bom é que há espaço e tempo para recomeçar de uma maneira mais lúcida. 

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