Análise: Tempestade brasileira no surfe não pode ser chuva de verão

“A tempestade não para”. A frase usada pela Oi para parabenizar Adriano de Souza na conquista do mundal de surfe é emblemática.

O surfe vive hoje, talvez, algo similar ao que aconteceu com o tênis na era Guga e com a ginástica na era de Daiane dos Santos. Temos o melhor atleta do mundo dentro de um esporte que antes era de nicho.

Já passamos a discutir em bares sobre aces, backhands e slices, duplos twists – carpados ou esticados? – e sobre qual era a melhor música para uma apresentação no solo.

Agora é tempo de falar de tubos, back flips e quetais na mesa do bar ou nos tweets e posts pelo Face.

É natural, ainda mais num país que vive uma overbola na mídia, que o surfe só desperte o interesse do público geral quando temos um representante do país lá no topo.

Mas a Brazilian Storm que hoje dá novo alento ao surfe, anes preso na monotonia de Kelly Slater e seus incontáveis mundiais, não pode ser apenas uma chuva de verão. Foi bom para o país ter um campeão além de Gabriel Medina logo após o feito inédito do mais midiático surfista.

Os feitos de Medina, Mineirinho e cia. vão gerar um natural interesse de crianças para a prática do esporte. Se, antes, as marcas buscavam o surfe para falar apenas com o jovem, agora já podem pensar em colocar o esporte dentro de uma perspectiva mais ampla de interesse do público.

É agora que está na hora de alguém abraçar o esporte na formação de novos talentos, em vez de só olhar para os astros da mídia. É o melhor jeito de fazer com que a tempestade, de fato, não pare…

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