Tite alcançou um status impressionante dentro do mercado publicitário. A ponto de até o Itaú, que tanto zela pela associação de personalidades à sua marca, ter apostado no rosto do técnico para comunicar o patrocínio à seleção brasileira. O técnico dá uma lição ao mercado: reputação não é algo construído apenas com boa gestão de imagem, mas com um histórico de atitudes.
Não é que o treinador seja adverso às boas práticas da comunicação. Muito pelo contrário. Entrevista coletiva com Tite é quase um teatro. Seus discursos, em tom revelador, são sempre medidos. E mais: ele faz questão de transparecer que suas palavras são de fato medidas. São práticas de quem mantém a preocupação com a própria imagem afiada. E ele está certíssimo nisso.
Mas a segurança que ele passa às empresas vai além da dicção ensaiada ou do carisma professoral. Tite tem um histórico de boa conduta, de posicionamento firme e coerente, de clara ética profissional e de comprometimento com suas obrigações. Há um comportamento padrão e genuíno nas vitórias, derrotas, críticas e falhas, mesmo quando o deslize ocorre. Isso o acompanha desde que passou a ficar em evidência, na época do Grêmio, no início do século.
Essa linha de conduta parece servir de norte para a gestão de sua marca pessoal, não o contrário. Seu posicionamento com o mercado, que envolve gravações apenas no fim de semana, distanciamento de marcas de cerveja e limitação à três empresas neste ano, reforçam a seriedade do treinador.
Seriedade, por sinal, é a palavra-chave. Tite não é perfeito, claro, mas quando um Itaú ou uma Samsung olha para o treinador, elas conseguem se distanciar do desastre midiático que foram seus antecessores.