Nos últimos anos tornou-se lugar comum dizer que a Premier League é o torneio nacional de futebol melhor administrado. De fato, a estratégia da liga inglesa, de distribuição mais igualitária das verbas de TV fez com que até as equipes menores pudessem investir. O torneio se tornou competitivo.
Prova disso é o iminente título do Leicester, time da porção central da Inglaterra, mas que sempre esteve na periferia da bola. Azarão, antes do início da liga era o clube que pagava maior premiação nas casas de apostas caso conquistasse um improvável título: 5.000 por 1.
Com os resultados da última rodada, o time azul está 7 pontos à frente do Tottenham, o vice-líder, faltando seis rodadas para o fim. Sua vantagem é hoje maior do que a dos superbadalados Barcelona, no Campeonato Espanhol, Bayern de Munique, no Alemão, ou Juventus, no Italiano.
Uma conquista do Leicester é a melhor notícia que a Premier League poderia dar à sua audiência global. Será uma atração a mais mostrar que a liga oferece a todos os times, sem exceção, o necessário para disputar o título.
Certamente irá atrair novos patrocínios às equipes menores. E vai obrigar os clubes mais ricos a gerir melhor suas verbas milionárias.
Comparando com nossa realidade, um título do Leicester seria o equivalente à Chapecoense campeã do Brasileirão. Utópico? Certamente. Mesmo com a evolução dos novos contratos de TV, o país ainda tem uma longa caminhada se quiser, de fato, voltar a ser o torneio nacional mais equilibrado do planeta.