Análise: Todo dirigente deveria conhecer a NBA House

Nesta noite, quando a bola for rolar para o duelo entre o favorito Golden State Warriors e o azarão Toronto Raptors, quem estiver na NBA House provavelmente estará de olho também em alguma paquera, ou brincando de tentar acertar a cesta manuseando pela primeira vez uma bola de basquete, ou fazendo compras na loja com artigos da NBA que fica estrategicamente colocada próxima à saída, ou tirando uma selfie do enorme telão para postar nas redes sociais, com uma lista infindável de hashtags para mostrar que ela é alguém de sorte.

O segredo do sucesso da NBA no Brasil não está apenas no produto de alta qualidade que os jogadores oferecem em quadra. Ele faz parte de um extenso trabalho de comunicação e marketing para levar o torcedor a consumir o esporte não só pela beleza da disputa dentro de quadra, mas pela atmosfera em torno da competição.

Show de enterradas na NBA House – Foto: Divulgação

No meio da festa inaugural da NBA House, em São Paulo, na terça, um casal dançava ao som de música eletrônica. Pouco antes, dois amigos conversavam tomando cerveja e olhando o show de enterradas, minutos depois que saíram as cheerleaders do Los Angeles Lakers de cena.

Quando acompanhamos um evento esportivo no Brasil que oferece uma gama repleta de entretenimento que vai além da competição esportiva? Há cinco anos que o Rio Open tenta criar essa cultura dentro do tênis, levando uma série de atrativos para o espaço no Jockey Clube do Rio.

A NBA, por conta do estilo americano de ser, conseguiu com muito trabalho e investimento em construção de marca, levar esse conceito para o torcedor. Ir até a NBA House não é um programa só para aquele que é fanático pelo basquete. Talvez esse torcedor até fique zangado dentro daquele ambiente, já que para ele o mais legal é o jogo em si. Mas esse torcedor não carece de fidelização. O importante é exatamente buscar quem quer um programa diferente para fazer. E isso a NBA faz com maestria.

Quando o esporte consegue sair do nicho de consumo, ele amplia e muito sua capacidade de geração de receitas. A chave do sucesso das ligas americanas está nisso. O evento em si é espetacular. Mas ele não é apenas sobre uma competição esportiva.

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Copa do Mundo e Jogos Olímpicos também conseguiram chegar a esse patamar. A Champions League está se aproximando disso. O esporte no Brasil precisa acordar para isso. Para ser grande e gerar receita, não basta mais só ganhar uma disputa. Todo dirigente esportivo brasileiro deveria separar um dia para visitar a NBA House.

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