Análise: Tragédia da Chape trouxe o pior e o melhor do futebol

Como tirar algo positivo de um acidente aéreo que matou 71 pessoas? Como a maior tragédia do jornalismo e do futebol brasileiro, que se abraçaram na dor, poderia gerar mudanças interessantes?

As vítimas do voo da Chape mostraram ao mundo que o futebol pode estar muito acima de escudos e emissoras.

Desde as primeiras horas, o mundo deu exemplos extraordinários de solidariedade. Iniciativas impactantes pulularam. Quem não se emocionou com a homenagem tocante feita pelo Atlético Nacional? De lembrança em um clássico midiático, como Manchester City e Chelsea, à humilde doação feita por um time boliviano. Do famoso atacante Cavani, que recebeu o amarelo por exibir um Fuerza Chape embaixo da camisa ao desconhecido juiz Jochem Kamphuis que não amarelou o brasileiro Nathan por mostrar um Força Chape por baixo do uniforme.

O novo exemplo de conduta virá no jogo entre Brasil e Colômbia. Em um cenário de concorrência acirrada entre as TVs, todas serão agraciadas com a chance de exibir a seleção brasileira. Grandeza de Globo e SporTV por não colocarem empecilhos à iniciativa da CBF, que finalmente foi grande, ao oferecer o sinal gratuitamente.

Todas as emissoras estão convidadas, mas não obrigadas a fazer doações pelo reerguimento da Chape. Um fato tão ruim mostrou que o futebol ainda pode ser bom. Que não sejam necessárias novas tragédias para que exemplos positivos aconteçam. 

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