Análise: TV aberta se transforma em veículo raro para o esporte

A fragmentação do consumo de mídia e a consequente formação de vários nichos de consumo de informação nos últimos anos levaram a um caminho diferente para o esporte no Brasil. Se, antes, a TV aberta era o Eldorado das transmissões, agora ela um local de rara presença para um evento esportivo ao vivo.
 
A derrapada da Fórmula 1 nos índices da Globo este ano é uma prova de que, para estar em TV aberta, o esporte não pode mais ser de nicho. Com uma necessidade cada vez mais plural dentro de um universo cada vez mais singular, a TV aberta é um veículo para conteúdo de massa.
 
Não por acaso, o futebol segue a ser o esporte que, se não mantém lá no alto os índices de audiência, pelo menos sustenta para a Globo a liderança no Ibope quando é exibido.
Por outro lado, a Fórmula 1 viu, nos últimos 20 anos, uma perda gradativa do interesse pelo público em geral. Da mesma forma, Stock Car, UFC e vôlei saíram das massas e voltaram a ser esporte de nicho.
 
Cada vez mais será raro ver competições regulares de esporte terem espaço na TV aberta, especialmente na Globo, em que há uma insana necessidade de manutenção da liderança na audiência no segmento. 
 
Nos anos 80, o esporte cresceu no Brasil ao apostar numa emissora que precisava preencher espaço na grade de programação e tinha um público relativamente cativo. Agora, com o esporte mais caro e a TV mais pobre, é bem mais difícil crer que uma aposta dessas seja rentável e, mais ainda, gere alta audiência no curto prazo para justificar a ação. O esporte, na TV aberta, será exceção.
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