Análise: Uefa errou ao trocar visibilidade por futuro incerto no Brasil

Há pouco menos de um ano, a Uefa selava seu acordo mais controverso para o mercado brasileiro e dava os direitos de transmissão da Liga dos Campeões da Europa ao Esporte Interativo, canal de baixa visibilidade no Brasil. Nesta terça-feira, quando a 60ª temporada terá início, poucos são os fãs de futebol europeu no país que terão a sorte de acompanhar os jogos de abertura do torneio.

Em tempos de popularização de clubes como Barcelona e Real Madrid entre fãs da nova geração do esporte, a opção da entidade dirigida por Michel Platini representa um retrocesso no que tange ao mercado, restringindo o acesso ao seu principal produto em uma praça que está em franca expansão.

Rica, a Uefa não poderia ter se deixado seduzir apenas pelos US$ 140 milhões pagos pelo canal do Grupo Turner pelas próximas três temporadas. Deveria, e financeiramente poderia fazê-lo, ter privilegiado o planejamento estratégico da dupla Globosat/ESPN, que concorriam pelo torneio.

É louvável o empenho do Esporte Interativo em tentar mostrar uma reformulação interna nesse período para receber a competição. Mas as mudanças, ao que tudo indica, ficaram só no discurso. Faltam nomes de peso nas transmissões, falta uma marca consolidada e, principalmente, falta o apoio das duas operadoras que dominam o mercado de TV paga no Brasil. Sem elas, com a Liga dos Campeões disponível a uma ínfima fatia de telespectadores, o contrato foi um tiro no pé para a Uefa.

 

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