Análise: Uefa marca golaço na “Meca” Madri

Se a Uefa enfrentou diversos problemas com público e equipes ao escolher a distante cidade de Baku, capital do Azerbaijão, para abrigar a final da Europa League, a entidade se desfez do erro ao decidir que a capital espanhola Madri iria abrigar a decisão de seu torneio mais importante, a Champions League.

A capital espanhola se transformou em uma espécie de “Meca do futebol europeu”, respirando durante cinco dias um ambiente incrível de festa ligada à decisão que coroou o Liverpool pela sexta vez como o campeão do Velho Continente.

A decisão entre Tottenham e Liverpool fez a cidade ficar abarrotada de apaixonados por futebol. Caminhando por algumas horas entre a tarde e a noite madrilenhas na antevéspera da partida, foi impressionante ver a quantidade de gente em Madri que estava ali para curtir futebol, mantendo a tradição recente da capital espanhola.

Nos últimos seis anos, a cidade é a que mais concentra a atenção no futebol europeu. Nas últimas cinco finais disputadas, o Real Madrid esteve presente em quatro, com título em todas. Duas dessas decisões foram exatamente contra o rival da cidade, o Atlético de Madrid, o que ajudou ainda mais a elevar o status da capital espanhola.

Agora, em uma decisão sem um representante da cidade, ela se tornou o centro das atenções pelo fato de ser o local do jogo final. Mais central no mapa europeu, mais fácil de se chegar e mais cosmopolita do que as duas últimas sedes da final (Cardiff e Kiev), Madri é um prato cheio para o turismo. Além disso, respira futebol em sua essência, infinitamente mais do que as capitais do País de Gales e da Ucrânia.

As ruas ficaram lotadas, em especial aquelas próximas às atrações organizadas pela Uefa e os patrocinadores, assim como lojas e restaurantes em geral. O fluxo de turistas, não só de ingleses, foi arrebatador. O dia seguinte à decisão representou o maior fluxo de aviões saindo da cidade na história do Aeroporto de Madri/Barajas.

Os ingleses foram maioria, claro, mas a Europa em peso invadiu Madri por conta da final da Champions. Sul-americanos, americanos e asiáticos também puderam ser vistos aos montes. Sim, teve muito brasileiro, inclusive, que foi assistir ao jogo.

Durante praticamente uma semana, Madri mostrou que, para a Uefa, fazer a escolha certa impacta muito mais do que pensar apenas no dinheiro. Em 2020, Istambul, na fanática Turquia, tentará roubar o status de Madri de Meca do futebol, ao menos por uma semana. Resta saber se não haverá um representante local nessa festa.

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