Estima-se que o mercado do futebol movimente anualmente mais de R$ 500 bilhões no mundo. Esse número varia, dependendo da agência que o divulga. É ideia recorrente, porém, que o mundo da bola poderia girar e gerar alguns bilhões a mais se tivesse uma gestão minimamente capacitada.
Em seu livro “Soccernomics”, os britânicos Simon Kuper e Stefan Szymanski afirmam que todas as revoluções no esporte mais popular do mundo foram gestadas de fora para dentro. Nunca são pensadas pelos verdadeiros agentes que comandam o futebol.
Coca-Cola e McDonald’s, em pronunciamentos provavelmente orquestrados, deram um passo ousado na última sexta-feira nesse sentido. Dois dos maiores e mais tradicionais patrocinadores da Fifa divulgaram um ultimato: querem Joseph Blatter, e tudo o que ele representa, fora da entidade.
Se a cartolada que comanda a Fifa tinha dado ao suíço mais um voto de confiança com sua reeleição em maio, foi graças à pressão de patrocinadores que Blatter teve que voltar atrás e decidir abrir mão do posto em 2016 após ficar 18 anos na presidência da entidade.
A federação vive a mais séria crise de imagem da história desde que alguns de seus principais dirigentes foram presos na Suíça. Quem enterra verbas milionárias todos os anos nos gramados já percebeu isso. Não basta mais a bola na rede.
Coca-Cola e McDonald’s querem retorno do investimento em imagem. E isso passa pela associação dessas marcas aos bons valores do esporte, fazendo com que o negócio cresça em credibilidade junto aos consumidores. Isso hoje só pode ser assegurado com a saída de Blatter.