Análise: Um ano depois dos 7 a 1, catástrofe não saiu das quatro linhas

8 de julho de 2015. Difícil fugir do clichê e não falar da goleada história da Alemanha sobre o Brasil, em pleno Mineirão, na semifinal da Copa do Mundo. Um ano depois da derrota mais incisiva da seleção dentro de campo, as previsões de um abalo sísmico na relação do torcedor com a camisa verde e amarela não se cumpriram.

A audiência comprova que Neymar e companhia têm público cativo, apesar de mais um revés na Copa América. A derrota melancólica para o Paraguai nos pênaltis superou os números registrados em todo o Campeonato Brasileiro na TV aberta, chegando a 29 pontos no Rio de Janeiro e 26 em São Paulo.

O mau desempenho do time de Felipão e Dunga, os dois comandantes dos naufrágios brasileiros, não gerou revolta. Virou piada. A efeméride dos 7 a 1 motivou, inclusive, a criação de um aplicativo que muda a foto do perfil do Facebook para as cores da bandeira da Alemanha, além de cunhar uma série de bordões que caíram no senso comum. 7 a 1 foi pouco! Gol da Alemanha! Quem nunca?

O mercado, tampouco, respondeu aos resultados com pessimismo. Pós-Copa, a CBF acertou com Chevrolet e Michelin, além de estender e ampliar seu acordo com a Vivo. Apesar de crise, escândalo, corrupção e prisão, vai tudo muito bem, obrigada.

Como explicar o fenômeno da hecatombe revertida para o bem? O resultado catastrófico veio acompanhado de curiosidade sobre os próximos capítulos. E caíram todas as máscaras. Não somos imbatíveis. Com os pés no chão, somos obrigados a recomeçar. Sem empáfia, a seleção vai começar a ficar mais aprazível aos olhos do público.

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