A um ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, marco comemorado ontem, é preciso fazer algumas reflexões sobre o que pretendemos ser como sede-olímpica e qual será o legado que vamos tirar dessa oportunidade única.
Só para citar as últimas sedes dos Jogos de Verão, alguns países souberam usar o evento para forjar legados significativos em ambientalismo (Austrália), imagem (China) e reurbanização (Londres). Outros desperdiçaram oportunidades (EUA e Grécia).
No caso do Brasil, apesar dos atrasos, é esperado que as arenas e demais obras para o evento fiquem prontas a tempo, como já é tradicional por aqui. Foi assim no Pan de 2007 e na Copa do Mundo de 2014.
Obras de infraestrutura, porém, foram abandonadas pelo caminho. A despoluição da Baía de Guanabara, planejada para ser entregue a tempo das competições de vela, só deve acontecer, sendo otimista, em 2030.
O projeto futurista do trem-bala entre São Paulo e Rio foi abandonado ainda antes da Copa do Mundo. Seria uma ótima alternativa de transporte entre as duas maiores capitais do pais.
O metrô até a Barra da Tijuca, obra necessária para a Olimpíada, está prometido para antes dos Jogos, com seis novas estações. Será um legado olímpico considerável.
Mas o fator mais preocupante vai muito além de obras de infraestrutura. Pesquisa recente do Ministério do Esporte, mostrou que 45,9% da população brasileira é sedentária. Isso representa quase 92 milhões de pessoas sem nenhuma atividade física.
É um índice alarmante e problema de saúde pública. Nação olímpica de sedentários? É preciso ação para mudar isso rápido. Esse pode ser o principal legado da Olimpíada.