Análise: Vamos trazer Pelé para a Copa!

Onde está Pelé? Essa pergunta ressoou na minha cabeça logo que recebi a informação de que Ibrahimovic foi o segundo assunto mais comentado no Twitter na classificação da Suécia às quartas de final da Copa. 

No mundo em que a conversa gira em torno das redes sociais, é com certa tristeza que percebemos que, pela primeira vez em nossas vidas, teremos uma Copa do Mundo sem Pelé. É uma dura constatação perceber que o Rei está ficando um pouco mais velho. A única aparição de Pelé nesta Copa foi no sorteio dos grupos, quando houve aquela foto maravilhosa com Ele sentado, tendo os maiores craques da história da bola ao seu redor, meio que prestando uma reverência a quem foi o maior de todos.

Agora, por uma questão de saúde, o Rei teve de se afastar dos gramados. Não está na Rússia, não deu entrevistas para todos os veículos de mídia do mundo, que com certeza estariam agora pegando no pé Dele por ter comentado que a Alemanha era a favoritaça à conquista do bi (mas quem não apostava nisso antes de a bola rolar?). 

Pensar em uma Copa do Mundo sem repercussão em tempo real daquilo que Pelé fala, faz ou pensa é uma espécie de choque de realidade para quem, desde sempre, se acostumou a ver o Rei do Futebol sendo reverenciado – e cornetado – a cada Mundial.

Pelo Twitter, Pelé tem dado alguns pitacos sobre o que rola na Rússia. Mas, na segurança do post pensado, logicamente os filtros da equipe de assessoria do Rei transformam uma boa história em algo milimetricamente calculado. Ou seja, exatamente o oposto de tudo aquilo que Pelé representa nos comentários de uma Copa.

No raro momento em que houve mais liberdade no post, Pelé disse ontem que dividirá a atenção à bola agora que começou o torneio de Wimbledon. Sim, o tênis é uma das grandes paixões do Rei. Mas é inconcebível imaginar Pelé de pantufas na sala vendo Roger Federer e não numa foto dentro de um camarote num estádio russo.

Pelé é parte do subconsciente de uma Copa do Mundo. Desde 1958, Ele é o astro dessa competição. Sua presença no país-sede é algo meio que obrigatório no ritual de um Mundial. Cabe agora à CBF entender a importância do Rei e trabalhar para, com tudo dando certo no caminho até o jogo do dia 15 de julho, preparar uma justa homenagem Àquele que tornou possível o Brasil sonhar em ser hexacampeão.

Adoramos meter o pau em nossos ídolos. Mas chegou a hora de trazermos Pelé para a Copa! Não dá para aceitar que Ele esteja em casa assistindo a Wimbledon.

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