Ao mudar publicamente de discurso, Flu aparenta amadorismo e incoerência

Peter Siemsen, presidente do Fluminense

Todo este “muda, não muda” do Flu em relação a ingressos pega mal demais para o clube. A começar porque mudar de ideia publicamente deixa impressão de amadorismo e incoerência. Se havia quem discordasse da estratégia internamente e se ela poderia ser revista em tão pouco tempo, não havia por que divulgá-la e fazer pose de bom moço com a torcida e para a mídia.

Não prosseguir é para se lamentar. Num futebol com arquibancadas tão vazias quanto o brasileiro, a iniciativa de levar mais gente ao estádio era para, no mínimo, ser testada e aprimorada com carinho. Aproximar o torcedor do clube é a primeira etapa para fazê-lo consumir alimentos dentro da arena e produtos fora dela.

Financeiramente, não era mau negócio. Em quatro jogos do Flu no Brasileiro de 2014, a receita líquida foi de R$ 673 mil. O Flamengo, em três partidas, lucrou R$ 881 mil. A diferença entre rivais existe, mas não é catastrófica, tampouco incomum.

Entenda o caso
Fluminense muda de estratégia e decide encarecer ingressos para privilegiar sócios

Quanto a sócios, o argumento de que preços baixos desestimulam associação tem lógica, mas é raso. Há modos de atraí-lo: prioridade na compra de ingressos (em um Maracanã lotado, ela ganha relevância), descontos no consumo dentro do estádio e experiências variadas.

No fim das contas, a depender de quão caro vai ficar o ingresso, o Flu trocou estádio cheio e possíveis novas receitas por estádio quase vazio com pouco a mais em bilheterias e sócios-torcedores. Igualou-se a todo o resto.

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