A Apollo Sports, que em setembro de 2016 fechou um acordo de três anos com o Corinthians, tem pressionado o clube para alterar o contrato. O desejo do fundo de investimento não recai sobre os valores acertados, mas sim sobre o tempo da parceria. E a razão para isso é estritamente política.
Ainda que nenhuma das duas partes falem abertamente sobre as renegociações do acordo, a Máquina do Esporte apurou que a principal preocupação da Apollo é a manutenção do contrato sem o devido apoio da direção do time. Portanto, a proposta é para que a parceria dure até o fim deste ano, quando se encerrará a gestão do presidente Roberto de Andrade.
Para pressionar um novo acordo, a Apollo suspendeu 50% dos valores das mensalidades do fim de 2016, que eram justamente as mais altas de todo o contrato. Pelo que foi assinado no último ano, a Apollo pagaria cerca de R$ 30 milhões pelos três anos de parceria. Na nova proposta da empresa, esse valor seria reduzido na proporção do período proposto neste momento. Ou seja, não alteraria a quantia mensal repassada ao clube.
A preocupação da Apollo aconteceu após alguns incidentes ocorridos pouco tempo depois da assinatura do contrato. A parceria teria sofrido com a rejeição do ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez. Além disso, a própria Arena Corinthians chegou a soltar nota oficial para criticar o atual patrocinador corintiano, que tinha interesse nos naming rights do estádio.
No entendimento do Apollo, os conflitos públicos minaram negociações com o mercado. Algumas empresas interessadas temeram que os desentendimentos internos pudessem atrapalhar as ativações propostas pelo fundo de investimento. Por isso, há a ideia de que o trabalho de prospecção por novos parceiros seria inviável com uma nova diretoria, sem o aval direto do presidente, como acontece com Roberto de Andrade.
Outra crise enfrentada pelo atual patrocinador ganhou ainda mais força na terça-feira (07): a possibilidade de impeachment de Roberto de Andrade. Foi marcada para o próximo dia 20 deste mês uma reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians para definir a manutenção ou destituição do atual presidente.
Caso Andrade seja retirado do cargo, a presença da Apollo no futebol brasileiro deverá ser ainda mais curta. A empresa prometia fechar novos contratos no futebol, mas, até o momento, tem se concentrado em fazer o acordo com o Corinthians vingar.