Após 34 anos de história, Cruzeiro encerra equipe de atletismo

A Corrida Internacional de São Silvestre, prova mais tradicional do atletismo nacional que foi disputada pela 94a vez na última segunda-feira (31), foi a derradeira para uma das equipes que mais fez história no esporte nas últimas décadas. Após 34 anos de existência, o Cruzeiro decidiu encerrar a equipe de atletismo do clube.

De acordo com o site mineiro Super Esportes, a diretoria cruzeirense justificou a decisão como um corte de gastos para 2019. Atualmente, a equipe era composta por 25 atletas, sendo nove titulares que recebiam salários mensalmente. Em 2017, o custo era de R$ 600 mil. Para 2018, já havia sido feita uma redução de 40%, que tinha derrubado para R$ 360 mil os custos totais.

Foto: Divulgação / Cruzeiro

“Foi uma decisão da diretoria, pois o atletismo gerava muita despesa e não conseguíamos patrocínio. Estamos cortando custos. O atletismo chegou a gastar mais de R$ 500 mil. Não tem patrocínio. Portanto, encerramos as atividades. Todos os atletas já foram comunicados”, afirmou Sérgio Nonato, diretor geral do Cruzeiro, em entrevista ao site mineiro.

“Procurei incentivar o máximo possível, como sempre faço nas minhas preleções, mas todo mundo de cabeça baixa. Como um atleta vai correr a São Silvestre sabendo que a equipe acabou? Isso mexe com o atleta. Todo mundo pensando: ‘Para onde que eu vou? Será que vou conseguir outro emprego?’ É complicado. Sou grato ao Cruzeiro, gostaria de me aposentar no clube, mas a chance de reverter a decisão do clube é mínima”, disse Alexandre Minardi, técnico da equipe.

Na prova, o melhor atleta cruzeirense foi Reginaldo José da Silva, que completou o percurso em 54min, mas ficou fora dos 30 melhores. Além dele, outros seis homens e uma mulher representaram o clube na corrida derradeira.

O encerramento das atividades do Cruzeiro foi apenas mais um golpe dado no atletismo do Brasil em 2018. Em janeiro, o maior clube do esporte no país e maior vencedor do Troféu Brasil com 14 títulos, a B3 Atletismo (antiga BM&F) também encerrou as atividades após 16 anos de existência e 30 de apoio à modalidade.

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