O Japão decidiu abortar o projeto de construção de seu estádio Olímpico depois de os custos terem subido de € 1,2 bilhão para € 1,87 bilhão (R$ 4,1 bilhões para R$ 6,4 bilhões), o que representou um aumento de quase 56%.
“Sobre o novo estádio nacional para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos [de Tóquio-2020] decidimos revisar completamente o projeto e partir do zero”, afirmou Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão.
O político afirmou que a paralisação do projeto, realizado pela arquiteta Zaha Hadid, aconteceu porque “me asseguraram que poderemos terminar a tempo a construção”. Apesar disso, Abe reconheceu que o local “lamentavelmente não estará pronto para o Mundial de rúgbi [de 2019]”. Para a realização desse evento, o governo japonês estuda um local alternativo em Tóquio ou Yokohama.
O COI (Comitê Olímpico Internacional) assegurou entender as razões do governo do Japão. “A revisão do estádio não irá afetar a sua entrega para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Vamos colaborar com o comitê organizador para assegurarmos que o plano responde bem às necessidades”, afirmou o australiano John Coates, vice-presidente do comitê.
Em 2011, Hadid já viu um projeto seu de edifício futurista em Barcelona ter suas obras paralisadas em função dos custos. Agora, a arquiteta iraquiana radicada em Londres pode ver seu desenho para o estádio Olímpico de Tóquio ser inclusive substituído.
“Vamos eleger o desenho nos próximos seis meses. Do projeto ao fim da construção precisamos de 50 meses. O objetivo é terminá-lo até a primavera de 2020”, afirmou Hakubun Shinomura, ministro dos Esportes do Japão.
Um dos objetivos do governo federal é controlar os custos que já eram considerados altos comparando com instalações esportivas similares. Segundo a Eurosport, o estádio Olímpico de Londres custou pouco mais de € 624 milhões (R$ 2,133 bilhões). Já o Ninho de Pássaro, principal palco da Olimpíada de Pequim, saiu por € 417 milhões (R$ 1,425 bilhões).