Após escândalos, Brasil e Uruguai vivem momentos distintos

Brasil e Uruguai se enfrentam nesta quinta-feira, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia, em situações parecidas na tabela; estarão em campo o líder e o vice-líder do torneio sul-americano. Mas, se no futebol os dois vivem momento favorável, o mesmo não pode se dizer dos bastidores das duas confederações.

Após as crises de gestão que assolaram o futebol mundial em 2015, a CBF tem conseguido sobreviver e, apesar dos problemas, as consequências dos escândalos não são mais protagonistas no cenário esportivo nacional. No Uruguai, por outro lado, a realidade ainda é de reclamações públicas de atletas e de ausência de patrocinadores.

Isso acontece porque os jogadores do país vizinho até hoje boicotam a Tenfield, empresa de mídia que mantém os principais direitos esportivos no Uruguai e que é responsável pela negociação de patrocinadores da Federação de Futebol local.

A Tenfield ganhou poder no Uruguai a partir de 1998, um ano depois de Eugenio Figueiredo assumir o comando da federação. As negociações entre a empresa e o ex-cartola são mantidas sob investigação no país. Figueiredo está preso desde abril de 2016; ele foi um dos protagonistas do esquema de corrupção revelado pela FBI em 2015. No Brasil, sua ação de maior impacto foi entregar que Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, comandava a divisão de propinas na Conmebol.

O embate público entre jogadores e Tenfield começou no ano passado, com o processo de renovação da seleção uruguaia com a Puma para fornecimento de material esportivo. Os atletas alegavam que a Nike havia oferecido um contrato financeiramente mais vantajoso. Até nomes patrocinados pela marca alemã, caso do zagueiro Godín, se manifestaram contra a renovação.

E a briga permanece em evidência no país. A última questão discutida envolve o direito de transmissão do Campeonato Uruguaio, mantido pela Tenfield. Novamente, o argumento de atletas é que há uma preferência à empresa frente a propostas significantemente superiores. Nesse caso, da Fox e da Turner.

Com a situação de conflito, o Uruguai não conta hoje com nem um único patrocinador para a sua seleção.

No Brasil, a maior herança da crise é a situação de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF. O dirigente se recusa a viajar para o exterior. Entre os patrocinadores, a entidade perdeu alguns parceiros, mas tem conseguido novos contratos. 

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