Em menos de uma semana, a rede de televisão saudita BeoutQ está sendo acusada pela segunda vez de pirataria. Após a Fifa, foi a vez da Liberty Media, dona da Fórmula 1, que decidiu lançar uma investigação sobre a emissora, que estaria distribuindo o sinal das corridas da categoria de forma ilegal via streaming.
“A BeoutQ não adquiriu nenhum direito da Fórmula 1 para transmitir a cobertura do Campeonato Mundial de Fórmula 1. A Fórmula 1 leva a violação de propriedade intelectual dessa natureza extremamente a sério. Estamos analisando a questão e aqueles que estão envolvidos e tomaremos as medidas apropriadas”, informou a Liberty Media, em um comunicado oficial.
O sinal estaria sendo retirado da BeIN Sports, emissora do governo do Qatar que detém os direitos exclusivos da F1 para a região do Oriente Médio e do Norte da África.
A Liberty Media chegou a lançar suspeitas de que o Ministério da Informação da Arábia Saudita seria o responsável por hospedar o serviço pirata. Em resposta, o órgão teria criticado e negado as possíveis acusações.
Na semana passada, a BeoutQ foi denunciada pela Fifa por piratear o sinal de transmissão dos jogos da Copa do Mundo para a Arábia Saudita. Como o país árabe e o Qatar não têm mais relações diplomáticas, a BeIn Sports, que transmitiria o Mundial na Arábia Saudita, foi impedida de enviar o sinal dos jogos para o país que disputa o Mundial e, inclusive, jogou a abertura contra a anfitriã Rússia.
A Uefa, que administra o futebol no continente europeu, também entrou em cena após a acusação da Fifa. A entidade afirmou que a BeoutQ distribuiu de forma ilegal o sinal dos jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa durante toda a temporada passada.
Emissoras como a própria BeIN Sports, a Telemundo e a NBCUniversal também soltaram comunicados de repúdio às transmissões piratas.
“O canal pirata BeoutQ não é uma pequena roupa operando a partir do quarto de alguém. Trata-se de pirataria em escala comercial maciça, com base em financiamento multimilionário. O sinal pirateado está sendo transmitido pelo provedor de satélites Arabsat, de Riad, cujo maior acionista é o Reino da Arábia Saudita”, afirmou Tom Keaveny, diretor-gerente da BeIN Sports.
Em um mundo em que os direitos esportivos valem cada vez mais dinheiro, a Fifa com a Copa do Mundo e, agora, a Fórmula 1, parecem querer “cortar o mal pela raiz”, antes que o problema se espalhe e atinja até setores diplomáticos, o que não seria legal para nenhum dos envolvidos.