Após polêmica, Nike muda política com atletas grávidas

A Nike decidiu mudar sua política com atletas grávidas patrocinadas pela marca após uma série de polêmicas relacionadas ao tema. O executivo de marketing global da fabricante americana, John Slusher, enviou uma carta às atletas garantindo que, caso engravidem, elas não terão mudança alguma nos rendimentos por 18 meses.

Em maio, a atleta olímpica Alysia Montaño acusou a empresa de ter suspendido seu contrato quando disse a executivos da marca que estava grávida, em 2014. Depois, Allyson Felix, que tem seis ouros olímpicos e 11 ouros em Mundiais no currículo, revelou que a marca quis pagar 70% a menos do que ela ganhava quando engravidou no ano passado.

Felix, inclusive, rescindiu com a Nike e fechou com a Athleta, marca de roupas esportivas da Gap. Kate Goucher e Phoebe Wright, que também engravidaram, criticaram a marca americana pelos mesmos motivos.

Allyson Felix possui nove medalhas olímpicas, sendo seis ouros, e ainda 11 medalhas de ouro em Mundiais (Foto: Reprodução)

“As atletas femininas e seus representantes começarão a receber confirmação por escrito reafirmando a política oficial de gravidez da Nike para atletas de elite. Além de nossa política de 2018 padronizando nossa abordagem em todos os esportes para garantir que nenhuma atleta feminina seja prejudicada financeiramente pela gravidez, a política foi ampliada para cobrir 18 meses”, afirmou a carta de John Slusher.

“Se a atleta engravidar, a Nike não irá aplicar nenhuma das reduções associadas a parâmetros de performance (se existirem) durante um período consecutivo de 18 meses, que começa oito meses antes da data do parto da atleta. Durante esse período, a Nike não poderá aplicar nenhum dos seus direitos de rescisão (se existirem) como resultado do fato de a atleta não competir por estar grávida”, revelou a Sports Illustrated, que teve acesso a parte do novo contrato redigido pela Nike.

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A política anterior da marca americana, de acordo com o que um porta-voz da empresa disse ao Washington Post, era que este período se aplicava durante 12 meses, sendo agora alargado para 18. As atletas contestam a informação, apesar de comemorarem a repercussão gerada pelo assunto e a nova promessa da Nike.

“Nossas vozes têm poder. A Nike se uniu oficial e contratualmente para fornecer proteção materna às atletas femininas que eles patrocinam. Isso significa que as atletas femininas não serão mais penalizadas financeiramente por ter um filho”, destacou Allyson Felix, nas próprias redes sociais, ao republicar a carta assinada por John Slusher.

Allyson Felix com o filho e já patrocinada pela Athleta (Foto: Reprodução / Twitter (@GapInc))

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