Após polêmica no futebol, Qatar é alvo de críticas também no atletismo

Membros da candidatura de Doha-2019 festejam vitória

Não bastassem as polêmicas em torno da escolha do Qatar como sede da Copa do Mundo de futebol em 2022, o país vive agora nova crise em torno da escolha de Doha para abrigar outro Mundial, o de atletismo. O país venceu a eleição para sediar o evento de 2019. Mas, para isso, foi fundamental os organizadores oferecerem, de última hora, um incentivo adicional de R$ 93,14 milhões para a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), entidade que comanda o esporte.

Doha já havia perdido a eleição para sede do Campeonato Mundial de 2017, ganhada por Londres. Para garantir o evento de 2019, a capital do Qatar derrotou Eugene na rodada final por 15 a 12. Barcelona já havia sido eliminada. Os norte-americanos estavam com uma candidatura forte, já que a Nike, fornecedora de uniforme da federação de atletismo local, tem sede em Eugene.

“Eles só têm dinheiro”, reclamou José Maria Odriozola, presidente da federação espanhola e membro do Comitê Executivo da Iaaf, em entrevista à Bloomberg.

Segundo a Iaaf, porém, a opção de oferecer garantias financeiras de última hora não fere as regras da entidade. “Todas as cidades aspirantes têm a oportunidade de oferecer os incentivos que acreditarem que possam ajudar suas candidaturas”, afirmou a entidade através de sua assessoria de imprensa.

Segundo a federação, no passado, iniciativas parecidas trouxeram parceiros importantes à Iaaf, além de aumento nas receitas. Em 2011, a Samsung se tornou patrocinadora do atletismo por conta do Mundial de Daegu, na Coreia do Sul. Dois anos depois, o Mundial de Moscou trouxe o VTB Bank como parceiro da entidade.

As cidades candidatas também podem se oferecer para pagar a premiação dos atletas. Esse foi o caso de Pequim-2015, de Londres e Doha que disputaram a sede de 2017, e de todas as candidatas a 2019.

Além de oferecer R$ 93 milhões à Iaaf, Doha também se prontificou a construir 10 novas pistas ao redor do mundo. Segundo os dirigentes qataris, um banco, cujo nome ainda não foi divulgado, entrará como parceiro na iniciativa.

“Posso garantir que essas ofertas todas não quebraram nenhuma regra. Tanto Eugene como Barcelona tiveram a mesma oportunidade, mas não fizeram ou não quiseram fazer ofert

“Eu posso dizer categoricamente que esta oferta combinada não quebrou nenhuma regra. Tanto Eugene e Barcelona teve a mesma oportunidade, mas não quiseram ou foram incapazes de fazer”, afirmou um porta-voz da entidade ao diário The Guardian.

Além das polêmicas em torno da vitória nas licitações de Fifa e Iaaf, o Qatar também tem sido bombardeado por denúncias de tratamento desumano aos imigrantes que trabalham nas obras de infraestrutura para a Copa do Mundo. 

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