Apesar da pouca idade e da personalidade descontraída, Gabriel Medina não foge à responsabilidade sobre o seu papel para a popularização do surfe no Brasil. Alçado à fama depois de vencer o campeonato mundial no ano passado, o atleta não refutou as comparações com o tenista Gustavo Kuerten.
Em coletiva realizada na última quinta-feira, no Rio de Janeiro, para apresentar um novo projeto com a Oi, o surfista foi informado de que o Esporte Espetacular, da Rede Globo, transmitiu a etapa carioca do WCT ao vivo no último domingo, e lembrou o fenômeno Guga no fim dos anos 1990.
“O surfe nunca teve tanta atenção da mídia no Brasil e, nesse aspecto, é muito parecido com o que aconteceu com o Guga. Quando nós (surfistas) poderíamos imaginar ter uma etapa ao vivo na TV? Eu sei que essa onda começou com o meu título e espero contribuir para o esporte no país da mesma forma que ele fez”, disse Medina, que tinha apenas três anos quando Guga conquistou o seu primeiro título em Roland Garros, em 1997.
A fama súbita é semelhante. Meses após a principal conquista da carreira, Medina já tem engatilhados os lançamentos de um livro e um filme sobre a sua vida, com estreias previstas para julho e novembro, respectivamente. Além disso, tem o programa Mundo Medina, exibido pelo canal OFF.
O projeto mais ambicioso, contudo, chegará em 2016: uma fundação com o seu nome, em Maresias (SP) para ajudar jovens de baixa renda a superarem barreiras impostas pela sociedade por meio do esporte.
“É clichê, mas o esporte muda a vida das pessoas. Eu tive amigos que viraram bandidos, pois não tiveram a oportunidade que eu tive. A fundação não é apenas uma escola de surfe, mas uma opção para resgatar a vida desses jovens”, afirmou o atleta, citando o assassinato de um ciclista na orla do Rio de Janeiro como um exemplo do que pode ser evitado com a formação esportiva.
“Em todo lugar existe violência, mas eu fiquei em choque com o que vi nos noticiários sobre esse caso. Eu tinha vontade de morar no Rio, até conversei com a minha família sobre isso, mas sou obrigado a ponderar quando vejo essas coisas. Isso só me motiva mais ainda a transformar a fundação em realidade”, finalizou Gabriel Medina.
A repórter Priscila Bertozzi viajou ao Rio de Janeiro a convite da Oi