Arenas deixam futebol de lado para faturar mais no Brasil

Uma das maiores bandeiras levantadas pela Fifa para justificar o alto investimento feito pelo Brasil na construção da Copa do Mundo de 2014, o legado das arenas de futebol se mostra, cinco anos depois, ser mais viável de acontecer se os estádios mantiverem relativa distância do futebol para faturar.

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Na última terça-feira (10), o piloto Rubens Barrichello, a agência NF Sports e um grupo de empresários liderados pela empresa especializada em negócios imobiliários MCA Gribel apresentaram ao governador da Bahia, Rui Costa, uma proposta para a reutilização do espaço no entorno da Arena Fonte Nova, que passaria a ter um complexo com kartódromo e um shopping com lojas, restaurante e academia.

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A ideia é complementar os atrativos que já existem no local, oferecendo ao público a união num só espaço de dois esportes populares no país: futebol e automobilismo. A Fonte Nova já recebe partidas de futebol, shows, feiras e convenções. O incremento do projeto de Barrichello é uma forma de aumentar as receitas.

Reprodução em 3D de como deve ficar o complexo ao redor da Arena Fonte Nova, em Salvador (BA) (Foto: Divulgação / NF Sports)

O projeto baiano não é exceção. Nos últimos tempos, os gestores das arenas têm buscado alternativas para geração de receita. Nesta semana, o Allianz Parque foi anunciado como futuro palco do Arena Hub, complexo de escritórios para receber empreendedores do esporte. E o projeto vitorioso da concessão do Pacaembu, em São Paulo, tem na construção de um prédio com escritórios e centro comercial o principal atrativo financeiro para um local que não tem time para mandar jogos.

Estádios criados para a Copa do Mundo, em que o uso é exclusivo para o futebol, também têm procurado diversificar a fonte de receita. A Arena Corinthians cedeu espaço em camarotes para a Som Livre começar a fazer shows pré ou pós-jogos. Já o Maracanã, agora sob gestão de Flamengo e Fluminense, abrirá espaço para o projeto “Nação Rubro-Negra em Movimento”, em que haverá uma corrida de rua e uma série de ativações para torcedores viverem um dia de experiência do clube.

Cinco anos depois de a Copa do Mundo terminar, os principais estádios entenderam que é preciso diversificar a fonte de receita para que os espaços sejam lucrativos no longo prazo, dependendo cada vez menos da performance em campo.

Dentro dessa realidade, afastar o futebol do dia a dia das arenas tem sido a solução, mesmo que, na maioria dos mercados mais maduros, o futebol seja o maior atrativo para as arenas, que usam a força do esporte para atrair patrocínios, gerar fluxo de pessoas e, a partir disso, ampliar os ganhos com outros eventos menores.

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