Argentina segue Brasil e sonha com arenas modernas

O futebol argentino quer novas arenas. Alguns dos principais times da região colocaram o plano de modernização de seus estádios como prioridade, com o suporte da possibilidade de sediar a Copa do Mundo de 2030. O país mira o movimento realizado no Brasil há alguns anos.

No topo dessa lista, estão os dois mais ricos e populares times do país. A princípio, o River Plate é quem tem a situação mais urgente. Na última semana, o jornal “Clarín” revelou que um grupo de engenheiros deu prazo de validade ao Monumental de Nuñes; o estádio aguenta apenas mais dez anos de vida útil.

O clube argentino tem duas opções na mesa: uma reforma que ficaria entre US$ 100 e US$ 150 milhões ou a construção de um novo estádio, orçado em US$ 300 milhões, cerca de R$ 1,2 bilhão. A direção do River Plate entende que a segunda opção seria financeiramente mais vantajosa. Apesar de mais cara, um novo estádio não impediria o uso do antigo, além de criar áreas comerciais mais modernas.

Os valores, no entanto, são altos. O time enriqueceu nas últimas temporadas, mas mantém faturamento na casa dos R$ 300 milhões; a maior parte dos acréscimos recentes foram gerados com venda de jogadores. O projeto financeiro envolve propriedades tradicionais, como cadeiras VIP e venda de naming right, além da renda de um estádio que passaria a receber 80 mil pessoas.

Projeto de ampliação do Estádio La Bombonera, do Boca Juniors. Foto: Divulgação

Já o rival Boca Juniors tem um projeto de ampliação, que envolve mudança de lei do bairro La Boca, compra de 19 propriedades vizinhas e uma obra de US$ 50 milhões que fecharia as arquibancadas da arena. Acertar o negócio é prioridade do atual presidente, Daniel Angelici, mas a engenharia financeira é um entrave.

Há ainda projetos como o da cidade de Santiago del Estero, com foco na Copa do Mundo, e ainda movimentações no mercado, como a venda do naming rights da arena do Argentinos Juniors para a Autocrédito, um acordo inédito no país.

O grande entrave da Argentina é a economia frágil, que desde a crise econômica do fim da década de 1990 não conseguiu crescimento sustentável. Neste ano, a previsão é de mais uma retração no Produto Interno Bruto do país.

A ideia de ter novos estádios não chega a ser uma novidade na Argentina, onde uma série de projetos foram apresentados nos últimos anos, mas sem conseguir sair do papel. Agora, o futebol do país espera que a Copa do Mundo mude o cenário, como aconteceu no último Mundial realizado por lá, em 1978.

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