Atletas criticam escolha de Ministro do Esporte

A ONG “Atletas pelo Brasil”, mais influente organização de ex-atletas do país, divulgou nesta segunda-feira uma nota de repúdio contra a escolha de George Hilton para Ministro do Esporte. Segundo a entidade, que é encabeçada por nomes como Raí, Bernardinho, Ana Mozer e Paula, o governo federal, mais uma vez, tratou a pasta como “barganha política” ao optar por Hilton, que é pastor evangélico, apresentador de TV e não tem qualquer relação com o esporte. 

“Exigimos muito mais respeito e cuidado com tudo que envolve o tema Esporte no Brasil. O que está muito longe de acontecer quando constatamos os critérios, ou a falta deles, que foram usados para a escolha do novo ministro”, afirmou a entidade por meio de uma nota oficial.

Segundo a ONG, que desde 2009 tem atuado mais próximo do Ministério do Esporte, o governo não se preocupa com quem exerce a função de ministro.

“Infelizmente, há anos, o Ministério do Esporte é usado na barganha política. Não se trata de decidir quem seria a melhor pessoa para ocupar o cargo, mas qual partido o terá de acordo com as alianças e que decidirá a seu bel-prazer quem o representará. Nem mesmo uma familiaridade com o tema é observada, o que traz enormes prejuízos ao esporte e ao País em um setor que está à frente de um enorme investimento com os megaeventos esportivos”, disse a entidade.

A escolha de Hilton foi feita pelo PRB, partido que “ganhou” o direito de nomear o responsável pela pasta. Essa é a primeira vez no governo do PT que um ministro do Esporte não é escolhido pelo PC do B.

“A nomeação com critério unicamente político, na maior parte das vezes, traz consigo o aumento da ineficiência de gestão, descontinuidade da política, reinício de convencimentos e processos e tudo isso com custo aos cofres públicos. Às vésperas das Olimpíadas, a Presidente Dilma abriu mão de uma oportunidade de melhorar a gestão do esporte. Decepcionou todo um setor de atletas, jornalistas, empresários, organizações, trabalhadores e amantes do esporte em geral”, criticou a ONG.

A instituição também foi enfática ao dizer sobre a atuação dos governantes na formação de atletas, principal bandeira levantada pelos ex-atletas.

“Nós, atletas, não podemos mais ser mais usados simplesmente para fotos conjuntas em momentos de vitória nacional. Vamos ser francos, essas conquistas são muitas vezes obtidas a despeito da política esportiva, da legislação e da condução nacional do esporte. E, em alguns casos, encontrando até forças contrárias a dificultar o caminho. Se os governantes querem estar ao lado das vitórias, devem tomar consciência da sua enorme responsabilidade nas derrotas”.

 

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