O Banco do Brasil enviou um ofício à Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) na última terça-feira (10) e informou que não vai renovar o contrato de patrocínio que expira no próximo dia 30 de maio. Com isso, o esporte brasileiro toma mais um golpe, dois dias depois da Nestlé ter anunciado a retirada de seu patrocínio de nove anos ao vôlei de Osasco.
Oficialmente, a explicação do Banco do Brasil é de uma mudança de estratégia. A instituição pretende continuar no esporte, mas focar seus esforços no vôlei, vôlei de praia e em seu circuito de corridas de rua, que terá o dobro de etapas neste ano em relação ao ano passado, como antecipou a Máquina do Esporte.
No entanto, o real motivo do término da parceria é outro. A CBHb passa por uma grave crise política que foi intensificada na semana passada, quando o agora ex-presidente Manoel Luiz Oliveira foi afastado do cargo pela Justiça Federal. A sentença fala em “prática de simulações, falsidades (ideológicas e materiais), superfaturamento e pagamento por serviços não prestados”. Oliveira estava no cargo há 28 anos.
Com a decisão do Banco do Brasil, o handebol brasileiro sofre um baque a pouco mais de dois anos dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. O aporte havia começado em 2013 e conquistado logo em seu primeiro ano o melhor resultado da história do handebol nacional: o título mundial da seleção feminina.
Em nota, a CBHb lamentou a decisão, agradeceu o apoio dado nos últimos cinco anos e ainda afirmou que “a parceria possibilitou também o desenvolvimento da modalidade, o aumento das fases de treinamento das seleções adultas e de base e o apoio às seleções de handebol de areia, que se mantiveram no topo do ranking da IHF (Federação Internacional de Handebol). Permitiu, ainda, a criação do Torneio Quatro Nações, importante para a promoção e a divulgação da modalidade e da marca do Banco do Brasil por todo o país”.
Na mesma nota, a Confederação ainda fala que “terá de rever todo o seu planejamento, principalmente as ações relativas às seleções olímpicas”.
Vale ressaltar que, para a última edição dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o handebol recebeu cerca de R$ 64 milhões no quadriênio de preparação para a competição. Agora, sem o aporte do banco do Brasil, a situação financeira ficará bastante complicada, já que o único patrocínio que sobrou, dos Correios, paga “apenas” 1,6 milhão por ano. A entidade ainda recebe R$ 2,5 milhões da Lei Agnelo Piva.