Basquete feminino divide “poluídos” e endividados

Com nove marcas na camisa, Catanduva garante fôlego financeiro

Com nove marcas na camisa, Catanduva garante fôlego financeiro

O duelo entre as duas líderes da Liga de Basquete Feminino (LBF), na próxima sexta (14), deve lotar o ginásio da cidade de Catanduva. Contra o Americana, atual primeiro colocado, porém, os torcedores do Poty/Açúcar Cometa/Unimed/Catanduva Basket Clube terão a improvável missão de criar gritos de incentivo às atletas com o longo nome da equipe.

Os naming rights ocupados por três empresas distintas são apenas um indício da quantidade de parceiros que o clube detém. A camisa amarela do Catanduva é composta por nada menos que nove marcas, enquanto o ginásio, por fim, é preenchido com placas de publicidade de outras dez companhias. Não há muitos motivos, contudo, para queixas.

O alto número de patrocinadores é o principal responsável pela sobrevivência da equipe de basquete. Apesar de reconhecer a poluição visual, o clube teve de fechar múltiplos acordos para garantir fontes de receita suficientes. “A menos que apareça uma proposta diferenciada, preferimos manter essas marcas”, afirma Jonny Leite, supervisor.

Em situação similar está o Basquete Clube. O atual sétimo colocado da liga feminina, apenas no uniforme, mantém oito marcas diferentes. Novamente, a quantidade de parcerias garante a existência da equipe. A alguns quilômetros de dist”ncia, rivais mantêm aspecto visual agradável, mas enfrentam graves problemas financeiros.

No Sul do país, com apenas duas marcas estampadas no uniforme, o ABF Joinville acumula prejuízos todos os meses. Para que o clube não vá à falência, diretores, tesoureiros e presidente, Altair Nasário, têm injetado recursos pessoais. “A nossa vantagem é que todos são voluntários”, conta o mandatário, que espera captar aportes em 2011.

O São Caetano/Unip, gerido pela secretaria de Esportes e Turismo da cidade, aguarda por patrocinadores para evitar cobranças políticas, motivadas pelos gastos com o basquete feminino. A universidade, apesar de ocupar os naming rights, cede apenas materiais esportivos. A camisa das atletas, pelo menos, continua impecável.

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