Basquete feminino se rebela e quer decidir sobre seleção brasileira

Corinthians/Americana enfrenta Santo André pela liga feminina

Após se rebelar contra a CBB (Confederação Brasileira de Basquete), os seis clubes que disputam a LBF (Liga de Basquete Feminino) foram além: propõem que sejam os responsáveis por toda a preparação da seleção feminina até a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

O estopim foi a ausência do presidente da confederação no lançamento da temporada da LBF. No mesmo dia, o dirigente postou foto nas redes sociais em evento-teste do tênis de mesa, no Rio de Janeiro.

Liderados pelo Corinthians/Americana, atual campeão brasileiro, os clubes lançaram um boicote à seleção. Não irão ceder nenhuma atleta para o evento-teste do basquete, marcado para janeiro, no meio da temporada da liga.

“Nós, representados pelos clubes que estão disputando a 6ª edição da Liga de Basquete Feminino, decidimos não mais protestar, mas sim colocar em prática ações que visam que nosso país tenha uma representação honrada nas Olimpíadas de 2016”, afirmaram os clubes, em comunicado divulgado à imprensa.

“Não iremos mais esperar outro vexame do basquete feminino para tomar providências qu já deveriam ter sido tomadas pela entidade que dirige o basquete brasileiro”, acrescenta o documento.

Nos Jogos de Londres-2012, o Brasil não passou da primeira fase, terminando na nona posição, à frente apenas de Croácia, Reino Unido e Angola, países sem a menor tradição no feminino.

Além do Corinthians/Americana, são signatários do documento representantes de América-PE, Maranhão-MA, Presidente Venceslau-SP, Sampaio Corrêa-MA e Santo André-SP.

Os times também criticam a absoluta prioridade dada ao masculino. O atual treinador da seleção, Luiz Augusto Zanon, dirigiu o time masculino do São José na última temporada do NBB (Novo Basquete Brasil). Além disso, segundo os dirigentes, o treinador não compareceu a nenhum jogo da LBF para observar as jogadoras. As jogadoras eram obrigadas a se reunir em São José dos Campos para não atrapalhar o vínculo de Zanon com a equipe masculina local.  

Contra esse “descaso” da CBB com o feminino, os seis clubes propões a formação de um colegiado para “definir todos os passos da seleção feminina de agora em diante”. Esse grupo seria responsável por todas as decisões, desde programação da equipe, formação de comissão técnica e convocação de atletas.

A CBB, por sua vez, programou uma reunião para o dia 3 de dezembro, no Rio, para discutir os rumos do basquete feminino. Até a noite de ontem, não havia respondido oficialmente às reivindicações dos clubes. 

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