Mais de dez anos depois da sua estreia, o Novo Basquete Brasil entrou em conflito com a Confederação Brasileira da modalidade. Na quinta-feira, a CBB tornou pública uma lista de exigências para a Liga Nacional de Basquete manter em funcionamento o NBB. O caso deve acabar tendo de ser decidido pela Federação Internacional de Basquete (Fiba).
Entre os pedidos feitos pela CBB, estão o repasse de uma porcentagem do faturamento da Liga e também cessão gratuita de espaço publicitário nas quadras aos patrocinadores da entidade. Além disso, a confederação exige o uso obrigatório dos árbitros e do Tribunal de Justiça da CBB para os jogos da liga de basquete.
A disputa aberta entre as duas entidades causou espanto no mercado, já que, até pouco tempo atrás, a liga havia intercedido em favor da CBB na Fiba, que entre novembro de 2016 e junho de 2017 suspendeu o Brasil de competições internacionais por conta da “falta de controle total do basquete”.
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O problema, segundo apurou a Máquina do Esporte, começou em outubro deste ano, quando ocorreu o lançamento da nova temporada do NBB. Poucos meses antes, um acordo costurado entre as duas entidades devolveu à CBB a gestão da Liga Ouro, que era um torneio criado pela liga para servir como divisão de acesso do NBB.
No dia do lançamento da temporada do NBB, porém, a CBB anunciou que recriava o “Campeonato Brasileiro Nacional Adulto”, sem especificar que esse torneio era, de fato, a Liga Ouro, que passaria a ficar nas mãos da entidade.
Após o fato, a liga enviou um ofício exigindo que a confederação ratificasse o protagonismo do NBB. Além disso, criticou o posicionamento do presidente da CBB, Guy Peixoto, que tem afirmado que a entidade luta para levar o basquete novamente para o órgão, com a expressão “dentro de nossa casa”.
“Eles nunca tiveram o espirito de cooperação, de discutir. Eles têm o ponto de vista deles, mas eu não quero discutir pela imprensa assunto que deveria ser interno. É o fim do mundo isso”, reclamou o presidente da LNB, Kouros Monadjemi, ao blog “Olhar Olímpico” na quinta-feira, após a divulgação do comunicado da CBB.
Kouros afirmou, ainda, que pode levar a decisão sobre a organização do torneio para a Fiba. Criado em 2008, o NBB conta com parceria da NBA e é a principal liga esportiva independente organizada no país. Já a CBB precisou de empréstimo para pagar dívidas com a Fiba e não correr o risco de o Brasil ficar fora do Rio 2016.