O Banco do Brasil reduzirá o valor de patrocínio da Confederação Brasileira de Voleibol. O banco confirmou a renovação com a entidade por mais quatro anos, com o valor de R$ 218 milhões. A quantia é 17% inferior à receita do último acordo. Mas o que parece uma má notícia para a entidade abriu portas para empresas que tenham interesse em investir nas seleções brasileiras.
Como reduziu seu investimento, o Banco do Brasil teve que abrir mão de algumas propriedades que eram exclusivas da companhia. Agora, outras marcas podem ser estampadas em quadras e em uniformes que não sejam da seleção de quadra, como nas equipes de vôlei de praia.
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Na prática, a CBV ganha mais força para ir ao mercado e conquistar novas parcerias comerciais. O contrato de patrocínio com o Banco do Brasil existe desde 1991 e, de maneira geral, deixava o marketing da entidade engessado na busca por patrocinadores privados.
A Máquina do Esporte procurou o CEO da CBV, Ricardo Trade, para esclarecer quais são as novas possibilidades do mercado. No entanto, como a entidade está em processo de negociação com algumas empresas, ela preferiu não se manifestar neste primeiro momento.
Após os escândalos que envolveram a CBV na antiga gestão, o contrato com o Banco do Brasil já havia passado por alterações. O acordo, que chegou a ser provisoriamente suspenso, ganhou aditivos para afastar a companhia de possíveis envolvimentos ilícitos. E, com novos dirigentes, aumentou a preocupação em ter novos parceiros comerciais.
Exemplo dessa meta aconteceu em junho deste ano, quando a CBV fez o “Corporate Day”, um evento para reunir executivos e dirigentes a fim de discutir oportunidades de negócios no esporte. Além de propriedades comerciais, a entidade quis exibir a nova gestão a agentes do mercado.
Poucas semanas antes, a CBV já havia apresentado um novo patrocínio, específico para a seleção feminina de vôlei. A Eudora, marca da Boticário de maquiagem, fechou com a entidade para ter ativações com as jogadoras brasileiras.
Enquanto não consegue novos parceiros, a CBV terá que se adequar a uma nova realidade financeira. No entanto, a confederação garante que a preparação das seleções nacionais não será alterada. Os cortes serão, basicamente, “custos administrativos”, como troca de frota de carros.