Aprovada pelo conselho deliberativo do Palmeiras em junho de 2008, a reforma do Palestra Itália ainda não saiu do papel. A despeito de o estádio ter sido fechado em julho deste ano por conta das intervenções, o clube não conseguiu liberação para tocar as obras. E isso, segundo o presidente da equipe, Luiz Gonzaga Belluzzo, serve como um aviso sério para o Corinthians.
Na última sexta-feira, prefeitura, governo do Estado e o comitê organizador local (COL) da Copa do Mundo de 2014 emitiram nota oficial dizendo que defenderão o projeto de um novo estádio do Corinthians, a ser construído em Itaquera, como sede da abertura da competição. A arena da equipe alvinegra, contudo, ainda é apenas um projeto.
A preocupação de Belluzzo é que o tempo exíguo até a Copa do Mundo de 2014 inviabilize os tr”mites para que o Corinthians consiga erguer o estádio. “Nós tivemos de encarar toda essa burrice burocrática, essa situação risível e grotesca, para tocar a obra. Perguntaram até sobre o som das vuvuzelas e pediram um estudo do impacto de ruído de carros”, relatou o mandatário alviverde.
Segundo Belluzzo, a morosidade para o início das obras no Palestra Itália também pode ser justificada por ações externas: “Tivemos de encarar um promotorzinho que queria dez minutos de fama. E houve gente dentro do Palmeiras que na verdade jogou contra”.
Um dos motivos para a obra ainda não ter sido iniciada é o temor sobre o impacto na região. Moradores protestaram, por exemplo, porque o uso constante do estádio criaria barulho constante e ofereceria problemas no tr”nsito.
“O que eu posso dizer é que o impacto acústico será muito menor do que acontece hoje, com o estádio aberto. Vamos passar por essas coisas e vamos mostrar que estamos fazendo do jeito certo”, completou Belluzzo.
A confiança que Belluzzo demonstra sobre a resolução dos problemas burocráticos na arena do Palmeiras contrasta com a preocupação do dirigente sobre o novo estádio do Corinthians. Até por isso, o dirigente colocou o estádio alviverde à disposição da Copa do Mundo de 2014.
“Não temos condições de sediar a abertura e nem vamos concorrer por isso. Mas São Paulo é uma cidade importante, que terá mais jogos, e nós podemos receber partidas de outras fases da competição”, disse o presidente.
Uma das apostas do Palmeiras para seduzir os responsáveis pela Copa do Mundo de 2014 e atrair jogos para sua arena é a localização. Esse argumento, aliás, é o principal motivo para Belluzzo afiançar rentabilidade do empreendimento. “Vamos explorar isso. Sabemos que estamos em uma região central e que isso é um ponto positivo”, encerrou.