Dentre 28 federações de esportes de verão, aqueles que compõem os Jogos Olímpicos, as companhias com atuação voltada para a produção de bens de consumo representam 37,3% dos patrocinadores em nível global. Esse indicador representa mais do que o triplo do setor de serviços, que tem 11,8% do total; instituições financeiras, com 7,8%; e fabricantes de eletroeletrônicos, donas de 4,9%, entre outras.
Esses números constam em pesquisa feita pela Jambo Sport Business, agência de marketing esportivo fundada por Idel Halfen, também vice-presidente de marketing do Fluminense, no início deste ano. Foram analisados 117 patrocínios, exercidos por 102 companhias, que atuam em 17 ramos de atividade diferentes. Ao todo, o estudo buscou informações de 28 federações de distintas modalidades.
A explicação mais razoável para a predomin”ncia dos bens de consumo está no fato de que, na maioria dos casos, essas empresas têm o core business diretamente atrelado ao esporte, e não apenas à busca por exposição de marca. 65,8% das companhias que representam o setor fornecem materiais esportivos, acessórios específicos para a prática desses esportes e relógios, segundo apurou o levantamento.
A pesquisa, vale destacar, analisa apenas de modo quantitativo, e não qualitativo. Ou seja, esses percentuais representam apenas o número de patrocinadores de cada federação, e não a verba repassada por cada um deles. A ITTF, principal entidade do tênis de mesa no mundo, é a que mais tem parceiros comerciais, com 15, enquanto a Fifa, no futebol, tem somente seis patrocinadores em nível mundial.
Patrocínio “caseiro”
Outra conclusão relevante encontrada pela Jambo é que 90% das sedes das federações analisadas estão na Europa, enquanto 75% dos presidentes dessas entidades são de origem europeia. Ambos os indicadores influenciam de alguma forma na naturalidade das empresas que patrocinam esses esportes, a maioria delas europeias.
“A presença de patrocinadores norte-americanos é claramente desproporcional ao tamanho da economia americana e à posição de seus atletas no quadro de visibilidade e audiência que os esportes olímpicos têm nos Estados Unidos”, escreveu Idel Halfen.
Em uma determinada parte do levantamento, a agência se propõe a buscar relações explícitas entre a naturalidade de presidentes e de patrocinadores. O presidente da federação de tiro ao arco, por exemplo, é turco, e essa informação coincide com o fato de que quatro dos sete patrocinadores dela também são da Turquia.