Bicampeonato olímpico só faz crescer lenda de Urso Teddy

Teddy Riner no pódio, com o brasileiro Rafael Silva

Talvez seja difícil dimensionar a importância de uma lenda para sua modalidade no momento em que ele ainda atua profissionalmente. Por isso, é complicado definir o que hoje representa o francês Teddy Riner para o judô mundial. Negro, nascido em Guadalupe (colônia francesa no Caribe), o Urso Teddy ou Teddy Vencedor, como é apelidado, reina em uma modalidade antes dominada pela sisudez nipônica.

Riner conquistou o bicampeonato olímpico na categoria acima de 100 kg nesta sexta-feira (dia 13), sem mostrar o mesmo domínio sobre os adversários que havia conseguido em Londres, há quatro anos. Na estreia, o francês venceu o argelino Mohammed Amine Tayeb por duplo wazari (equivalente a um ippon). A partir daí, encontrou maior dificuldade.

Nas quartas de final, eliminou Rafael Silva, o Baby, por wazari. O brasileiro acabaria garantindo seu segundo bronze olímpico seguido. A partir daí, passou a ser vaiado pela torcida brasileira. Nada disso importou. Em luta duríssima contra o israelense Or Sasson, Riner venceu por wazari, com um golpe aplicado no último segundo.

Na decisão, só derrotou o japonês Hisayoshi Harasawa por dois shidôs (punições por falta de combatividade) a um. “As duas últimas lutas, a semifinal e a final, foram os mais difíceis. Tinha certeza de que iria enfrentar Harasawa na final e foi o que aconteceu. Foi confirmada a lógica do sorteio. Também sabia que pegaria Sasson na semifinal”, analisou.

A própria competitividade enfrentada por Riner no Rio 2016 se deve ao alto nível do francês. Se Usain Bolt, com 1,95 m, mudou o biótipo do velocista, ganhando vantagem com passadas mais largas, Riner fez o mesmo nos tatames. Com 139 kg distribuídos em 2,03 m, o francês transformou os pesados, conhecidos anteriormente pela presença de “gordinhos”, em uma categoria cheia de judocas mais altos, fortes e atléticos.

“Toda vez me pergunto por que eu faço isso. Treino como um maluco. Mas preciso disso para seguir em frente, para continuar. Agora, ela [a medalha] está na minha mala”, festejou o judoca, que conquistou seu terceiro título importante no Rio de Janeiro (os outros dois foram os Mundiais de 2007 e 2013) e ostenta invencibilidade de 112 lutas. 

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