Na véspera da eleição que pode reelegê-lo para o quinto mandato à frente da Fifa, Joseph Blatter abriu o 65º congresso da entidade, em Zurique, prevendo anos difíceis para o futebol mundial. O escândalo de corrupção que levou sete dirigentes para a prisão na última quarta-feira, segundo o mandatário, coloca uma sombra sobre o esporte.
“Estes são tempos sem precedentes e difíceis para a Fifa. Os acontecimentos de ontem lançaram uma longa sombra sobre futebol e sobre o congresso desta semana. Ações de indivíduos, se comprovadas, trazem vergonha e humilhação no futebol e demanda ações e mudanças de todos nós. Não podemos permitir que a reputação da Fifa para ser arrastado pela lama por mais tempo”, disse o suíço, salientando que o caso pode levar à reestruturação da Fifa.
“Os próximos meses não serão fáceis para a Fifa. Estou certo que mais notícias ruins podem aparecer. Mas é necessário começar a restaurar a confiança na nossa organização. Deixemos esse ser o ponto da virada”.
Apesar do pessimismo em relação aos tempos vindouros, Blatter disse que os corruptos são minoria no futebol. “Devo salientar que aqueles que são corruptos no futebol são uma minoria, como na sociedade. Mas, como na sociedade, devem ser pegos – afirmou ele, um dia após sete pessoas ligadas à Fifa serem presas acusadas de corrupção e outros crimes em ação do Departamento de Justiça dos EUA em conjunto com a Suíça”.
Blatter disputará a eleição com o príncipe da Jordânia, Ali Bin Al Husein, de 39 anos. Ali recebeu nesta quinta-feira (28) o apoio da Uefa, após a organização europeia desistir de boicotar o pleito na Fifa, com a expectativa de receber cerca cem votos das 209 federações que irão participar do evento.