Na última sexta-feira, o Boa Esporte anunciou a contratação do goleiro Bruno, que estava em prisão preventiva desde 2010 e foi condenado em primeira instância em 2013 por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a ex-amante, Eliza Samudio. A iniciativa do clube, que aproveitou um habeas corpus assinada pelo Supremo Tribunal Federal, sofreu uma série de críticas já no fim de semana.
No sábado, o Boa Esporte perdeu o primeiro patrocinador. A Nutrends Nutrition, que mantinha a marca no ombro do uniforme do time, anunciou no Facebook o rompimento da parceria com o clube mineiro.
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Nesta segunda-feira, o Boa Esporte pode perder o segundo aporte. Dessa vez, quem se mostrou incomodado foi o patrocinador máster da equipe, o Grupo Góis & Silva: “Como grupo de diversos negócios e pessoas, devemos ser coerentes quanto à nossa consciência social e, atendendo tamanha comoção nacional, faremos uma reunião com a diretoria do Boa Esporte Clube”, afirmou a empresa em comunicado que explicitou o pedido pela saída do atleta.
O curioso é que, a princípio, o Grupo Góis & Silva havia se mostrado favorável à contratação. “Acredito que vai colocar em evidência o time e, assim, a marca”, afirmou Rafael Góis Silva Xavier, dono do Grupo, ao site Uol Esporte.
O problema foi a péssima repercussão durante o fim de semana, especialmente nas redes sociais do time e dos patrocinadores. Houve uma série de comentários em repúdio à contratação de Bruno, alguns com tom agressivo.
O Boa Esporte foi quem mais sofreu com a contratação. O site do clube foi invadido e ficou com apenas frases contra a chegada de Bruno. “Este ato é uma demonstração de repúdio ao Boa Esporte Clube e a todos seus patrocinadores por apoiarem diretamente o feminicídio”, dizia o texto. Os invasores também listaram cada um dos parceiros comerciais do time. “Será que os patrocinadores do Boa Esporte Clube não se importam de ter sua marca associada ao feminicídio?”. Na noite de domingo, a página da equipe ainda estava fora do ar.
Frente à repercussão, o presidente do Boa Esporte, Rone Moraes da Costa, divulgou uma carta para defender sua decisão. O mandatário afirmou se tratar de uma iniciativa social de reintegração de um atleta à sociedade e ainda não cometer “nenhum crime conforme a legislação Brasileira e perante a lei de Deus”.