Bolsonaro sinaliza maior apoio ao esporte pela primeira vez

Bolsonaro visitou o Parque Olímpico no fim de semana (Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil)

Pela primeira vez desde que foi eleito Presidente da República, Jair Bolsonaro foi enfático em relação ao esporte. O vencedor das eleições deste ano falou, nas redes sociais, em “consciência do valor do esporte na vida de todos”. No fim de semana, fez visita ao Parque Olímpico do Rio de Janeiro.

As medidas aliviam a apreensão do segmento quanto às políticas de esporte para os próximos quatro anos. Em seu plano de governo, não havia citação à área e, nas últimas semanas, tem sido ventilada a possibilidade de extinção do Ministério do Esporte, que se tornaria uma secretaria da pasta de Educação.

No fim de semana, Bolsonaro assistiu a um evento de jiu-jítsu no Parque Olímpico. Em rápida conversa com a imprensa, afirmou que a extinção do Ministério está apenas em estudo. E que, como político formado em educação física, não deixaria a questão de lado. Para o futuro presidente, o segmento daria suporte a questões sociais, como emprego, saúde e ao combate à criminalidade e às drogas.

Segundo a Máquina do Esporte apurou, no entanto, o esporte não deve ter prioridade no governo de Jair Bolsonaro. De acordo com fonte ligada ao futuro presidente, o mercado esportivo deverá ter menos apoio financeiro do Estado nos próximos anos.

A posição de Jair Bolsonaro aparece uma semana depois da entrevista dada pelo atual Ministro do Esporte, Leandro Cruz, à “Folha de S.Paulo”. Cruz havia afirmado que o segmento seria deixado de lado pelo próximo governo. Segundo o político, até mesmo a Lei de Incentivo ao Esporte correria risco sem uma pasta ministerial para controlar os projetos e os respectivos patrocínios.

Outra preocupação em relação ao esporte nos próximos anos está justamente no Parque Olímpico, mas Jair Bolsonaro não informou o que pretende fazer com a estrutura. O complexo tem manutenção anual estimada em R$ 17 milhões. Hoje, quem administra o local é a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), órgão criado em 2017 e associado ao Ministério do Esporte. No entanto, a autoridade foi criada para durar apenas até julho do ano que vem. A decisão caberia à administração da pasta que ainda não tem garantia de sobrevivência.

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Desde o fim dos Jogos Olímpicos de 2016, o Governo Federal tem diminuído sistematicamente os investimentos no esporte. Para 2019, o orçamento previsto para o Ministério, em decisão anterior à eleição de Bolsonaro, era de R$ 656 milhões, o que representa uma diminuição de R$ 478 milhões em relação a este ano.

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