Em janeiro deste ano, o Botafogo anunciou um contrato polêmico com a Telexfree. A empresa estava banida de atuar no Brasil, sob investigação de realizar pirâmide financeiro. O acordo foi assinado em Miami e divulgado em um vídeo da empresa, com a presença do diretor financeiro botafoguense, Ayrton Mandarino. Nesta segunda-feira (12), o acordo foi rompido.
O Botafogo anunciou a decisão em seu site oficial, em uma curta nota. Segundo o texto, a rescisão ocorreu “com base nas cláusulas contratuais pertinentes”, e a Telexfree já foi notificada da decisão.
Procurado pela Máquina do Esporte, o Botafogo declarou que não dará declarações para não atrapalhar o processo jurídico envolvendo o rompimento do contrato. Dessa maneira, o time já deverá entrar em campo sem a marca da empresa na barra da camisa, na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, na quarta-feira.
Se na assinatura do contrato a Telexfree já enfrentava problemas na justiça, atualmente a situação piorou. Em abril, a promotora do Ministério Público do Acre que investigava o caso já havia declarado que o Botafogo não deveria mais receber o dinheiro da empresa, já que os bens da marca estavam bloqueados no Brasil e nos Estados Unidos.
Foi justamente no mercado norte-americano que a situação se agravou. Quando assinou o contrato, o clube alegou que não havia relação com os problemas legais no Brasil, já que o acordo foi feito diretamente nos Estados Unidos. No entanto, a Secretaria de Estado de Massachusetts provou o esquema de pirâmide e ordenou a devolução do dinheiro aos “divulgadores” da empresa.
A ordem de Massachusetts foi anunciada um dia depois de a empresa pedir concordata no tribunal de falência do Estado de Nevada. A iniciativa visava um aval jurídico para que a empresa continuasse funcionando, com tempo para se reestruturar financeiramente.