Sergei Bubka criticou publicamente a eficiência do trabalho desenvolvido pela Wada (Agência Mundial Antidoping) e pediu que haja uma reforma na entidade que atua de forma independente para a luta contra o doping no esporte.
O ucraniano, ex-campeão olímpico do salto com vara, é membro do Comitê Executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional) e um dos vice-presidentes da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo).
“Os acontecimentos recentes mostram que, apesar de as entidades esportivas e os governos pagarem anualmente US$ 30 milhões à Wada, que realiza mais de 300 mil testes por ano, apenas 0,5% dos casos são positivos. Podemos questionar sobre a eficácia da luta antidoping”, afirmou o dirigente, em entrevista ao site Inside The Games.
“A maioria dos flagrados são revelados em investigação policial, procedimentos judiciais ou pela mídia. Isso mostra que provavelmente muita verba não está sendo gasta de maneira correta”, criticou Bubka.
O ucraniano citou escândalos recentes de doping para pôr em xeque a atuação da agência. Bubka lembrou da política sistemática de doping do governo russo, denunciada em documentário da ARD (emissora alemã) e a divulgação de dados confidenciais de atletas após hackers russos invadirem o Adams (sistema de gestão antidoping da Wada).
“Tudo isso trouxe uma falta de confiança por parte dos atletas limpos na Wada como a entidade responsável pela luta contra o doping”, afirmou ele.
No ano passado, o COI decidiu que a Wada deva ser totalmente desvinculada do esporte. Uma Conferência Mundial sobre Doping está marcada para 2017 para estudar detalhes da ação.
“Os debates irão discutir maneiras de proteger os atletas limpos e, mais especificamente, a respeito de uma revisão do sistema antidoping da Wada”, afirmou o COI, em nota divulgada nesta quarta-feira (dia 28).