Bye, David: rei do marketing, Beckham se aposenta

Aos 38, Beckham deixa os campos, mas não os negócios - Crédito AP Photo

Aos 38, Beckham deixa os campos, mas não os negócios – Crédito AP Photo

Quinta 16 de maio de 2013. David Beckham anunciou sua aposentaria do futebol. Aos 38 anos, o inglês se retira após mais de 20 anos de carreira, com passagens e títulos por alguns dos principais clubes do planeta, entre Manchester United, Real Madrid, AC Milan e, finalmente o Paris Saint Germain.

Grande meio-campista, conhecido pela precisão nos lançamentos e na bola parada, Beckham encerra sua carreira como esportista profissional, mas deixa um legado na profissionalização do esporte. Jogador mais midiático de todos os tempos, o camisa #32 do PSG pode ser considerado um revolucionário quando se fala de marketing esportivo.

O talento com os pés, a liderança dentro de campo, o profissionalismo exemplar, a aparência de modelo, o carisma e o casamento com uma estrela da música pop fizeram de Beckham o embaixador ideal para nove em cada dez marcas.

“Há três vertentes para o grande apelo de Beckham. A primeira é que está baseado em valores universais: dedicação, estilo e um senso de respeito à moda antiga. É difícil encontrar um país ou grupo que não se identifica que isso. O segundo ponto é o reconhecimento que ele conquistou em grandes cenários mundiais, seja no futebol de elite, na moda ou apenas como celebridade. E a terceira vertente são as grandes escolhas que ele fez ao longo da carreira -Manchester, Madri, Los Angeles, Milão, Paris – são todos centros muito relevantes tanto no esporte quanto na moda. A iniciativa de ter deixado o posto de capitão da Inglaterra para ser o grande entusiasta do esporte no país também foi muito positiva para sua imagem”, declara Andy Milligan, especialista em marketing e autor do livro “Brand it like Beckham”.

“Além disso tudo, ele é autêntico. É impossível forçar ou imitar o que ele faz, da maneira que faz, durante tanto tempo”, completou.

Seus números comprovam: longe da grama, Beckham também é craque.  Nos seis clubes que defendeu na carreira, o “Spice Boy” rendeu grandes receitas com o uso de sua imagem.

A revista “Forbes” estima que, somente em seus quatro anos de Real Madrid, entre 2003 e 2007, a mudança representada pela presença do jogador tenha sido responsável por um crescimento no marketing do clube merengue equivalente a cerca de 450 milhões de euros.

Somente em seu primeiro ano, a camisa do clube com o nome do inglês e o #23 nas costas vendeu mais de um milhão de exemplares. Na temporada de estreia no LA Galaxy, vendeu outras 600 mil. Estima-se que, em toda sua carreira, Beckham tenha vendido mais de dez milhões de camisetas com seu nome, arrecadando um total de mais de 220 milhões de euros.

Fora dos clubes, seu alcance também impressiona. Atualmente, o inglês é representante de Adidas, Samsung, Breitling, Emporio Armani Underwear, Electronic Arts, Diet Pepsi, Yahoo, Castrol, Marks & Spencer, Motorola e Police. No ano passado, assinou mais um contrato com a grife sueca H&M para lançar uma linha de roupas com seu nome. Recentemente, tornou-se também o primeiro embaixador do futebol chinês.

Há anos, a Adidas tem Beckham como seu principal embaixador, tendo assinado um acordo vitalício com o astro em 2003, avaliado em 160 milhões de euros.

A marca “Beckham” está avaliada em 340 milhões de euros, mais de quatro vezes o valor estipulado para o PSG, seu último clube.

Mesmo em fim de carreira, o inglês foi o terceiro esportista mais bem pago de 2012, arrecadando cerca de US$ 48,4 milhões no ano passado, quando ainda jogava pelo Los Angeles Galaxy. Desses, US$ 37 milhões apenas em contratos publicitários. Astros mais atuais, como Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, não chegam a 70% desse valor.

Aos 38, Beckham se retira dos gramados nos próximos dias com um curriculum de 6 títulos ingleses, dois norte-americanos, um campeonato espanhol, uma liga da França, e a Uefa Champions League e o Mundial Interclubes de 1999, entre outros títulos. Fora das quatro linhas, Beckham está longe de se aposentar: seus contratos publicitários seguem vigentes e sua imagem intacta, pronta para novas incursões e rumos; mais uma prova de que o marketing esportivo não se limita ao jogo.

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