Fazer com que o turista que chegue ao Brasil para a Copa de 2014 tome uma caipirinha, bebida típica do país, e divulgue em seu país se tornou uma meta para que a indústria da cachaça amplie seu mercado. Durante a Expocachaça de 2011, a “Cachaças do Brasil”, empresa que a organiza, afirmou a necessidade de uma estratégia para o plano se torne realidade.
A “Cachaças do Brasil” é uma empresa formada por profissionais da comunicação que têm como função representar o agronegócio da cachaça. A exposição do segmento, que neste ano acontece em Belo Horizonte, é o principal evento organizado pelo grupo, com o intuito de divulgar o produto junto com produtores brasileiros.
Hoje, o Brasil produz 1,3 bilhão de litros de cachaça, sendo a segunda bebida mais produzida, atrás apenas da cerveja. Dessa produção, 99% é destinada para o mercado interno, mesmo com a presença de marcas como Nega Fulô e Sagatiba no mercado internacional. A Copa do Mundo aparece, então, como uma maneira de mudar essa estatística.
Quem garante a viabilidade desse plano é o diretor de marketing da Expocachaça, José Lúcio Mendes. As negociações estão apenas em seu início, mas a ideia é armar com o Senac, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) para que as três entidades façam da caipirinha o “Welcome Drink” brasileiro durante o Mundial.
Dessa maneira, os turistas seriam recebidos em suas acomodações com uma caipirinha genuinamente brasileira, ou seja, com cachaça. Bem trabalhada, a bebida poderia ter sofisticações, aproveitando o estado mais refinado do destilado, podendo ser usado em diversas receitas.
Segundo Mendes, a cachaça tem que ser usada na Copa por ser a bebida mais tradicional do país, mesmo que o evento tenha o patrocínio da Ambev. “Ninguém falou que a cerveja é a cara do Brasil. A cara do Brasil é a cachaça”, afirmou. Segundo o diretor, a cerveja, por não ser um destilado, não pode ser considerada uma concorrente direta.
O impacto da Copa do Mundo na indústria de cachaça, no entanto, ainda é difícil de ser mensurado, mas para esse mercado lucrar com o evento, precisa se mover nessa direção. “O trabalho é muito amplo. Se tudo der certo, se conseguirmos unir hotéis e restaurantes das 12 cidades-sede, o impacto será muito grande. Mas ainda é difícil dizer com alguma precisão”, finalizou Mendes.