Caixa recua e começa a pagar patrocínios que devia

Quatro dias após a Máquina do Esporte revelar que a Caixa Econômica Federal não estava honrando com o pagamento de compromissos assumidos com alguns de seus patrocínios, o banco estatal recuou e já começou a sinalizar que deve pagar em breve as entidades com quem está em dívida.

Na última segunda-feira (15), a direção da Caixa procurou o clube de futebol CSA e a Liga Nacional de Basquete (LNB) para pedir a emissão do recibo para, assim, liberar o pagamento das parcelas que estavam atrasadas. O caso aconteceu depois de a Máquina do Esporte publicar reportagem revelando que o CSA e o CRB, rivais alagoanos, haviam decidido se unir para processar a Caixa pelo atraso no pagamento.

Antes, na quarta-feira passada (10), já havíamos revelado que a estatal não havia pagado a LNB pelo acordo de title sponsor do Novo Basquete Brasil (NBB). Com a entidade, a dívida já chegava há dois meses. Todos os envolvidos relatavam não terem tido diálogo com a Caixa para entender o porquê de o pagamento não ter sido efetuado.

Foto: Reprodução / Twitter (@NBB)

Nos dois casos, a estatal se negou a esclarecer os motivos que a levavam a não pagar clubes e entidade, já que não havia qualquer problema com certidões negativas de débito com o governo ou no relatório apresentado ao banco. A empresa pública informava apenas que os detalhes eram discutidos internamente.

Depois que as reportagens foram ao ar, a atitude da Caixa mudou. O banco buscou as entidades para liberar o pagamento dos atrasados, que devem ser quitados até o final desta semana. Mas, novamente, o banco foi evasivo ao responder às perguntas enviadas pela Máquina do Esporte.

O pagamento dos atrasados, porém, não fará com que volte a ocorrer a transmissão do NBB na ESPN. Como a emissora havia vinculado a exibição dos jogos da Liga ao contrato que tinha com a estatal, o fim do anúncio do banco na ESPN resultou na suspensão da transmissão das partidas, que tinham imagens geradas pela própria liga, com a emissora bancando apenas os custos de produção do evento.

Em 2018/2019, a LNB criou um modelo inédito no mercado brasileiro de transmissão da temporada. Pela primeira vez, a liga se tornou a geradora das imagens da competição, que por sua vez passou a ter diversos parceiros de transmissão, cada um com exclusividade sobre um dia da semana. O negócio serviu para suprimir a saída do Grupo Globo como parceiro oficial de mídia do NBB após dez anos.

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Questionada pela reportagem sobre as negociações com os clubes e com o NBB, a Caixa repetiu a estratégia usada na última semana e afirmou que não trataria de assuntos referentes a patrocínios no esporte.

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