Caixa vira solução e tormento para clubes brasileiros

Nesta semana, o Flamengo conseguiu negociar uma dívida da década de 1990 e desbloqueou o valor de patrocínio da Caixa, retido havia três meses. Já o rival Vasco luta para regularizar as certidões negativas de débito e conseguir renovar com o banco. Esse é o dilema de boa parte dos clubes que recebem aporte da empresa estatal.

Desde o fim de 2012, quando decidiu investir mais pesado no futebol, a Caixa disponibilizou R$ 100 milhões em patrocínios. A decisão foi um grande alívio para clubes que viam poucas marcas interessadas em um mercado inflacionado nos últimos anos.

Ainda assim, a presença da Caixa se tornou um problema para muitos clubes. A principal questão é a certidão negativa de débito. Conquistá-la foi essencial, mas custou um maior planejamento e algum investimento. Nesse caso, Flamengo e Vasco não estão sozinhos.

 

Veja os percalços dos clubes nos últimos meses:

 

Flamengo: Há três meses, entrou no Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal (Cadin) referente uma dívida de R$ 90 milhões da década de 1990. O clube penhorou até Centro de Treinamento Ninho do Urubu para desbloquear uma quantia de R$ 6 milhões da Caixa.

 

Vasco: Contrato se encerra no fim de agosto. Para renovar, clube precisa pagar oito meses de impostos. Ontem, a diretoria do clube teve uma reunião com a empresa, mas, até o fechamento desta edição, não havia divulgado resolução.

 

Sport: Acertou com a Caixa antes da Copa do Mundo. Mas, para fechar um contrato de R$ 6 milhões, teve que investir R$ 4 milhões para regularizar sua situação e obter a Certidão Negativa de Débito.

 

Corinthians: Teve dois problemas. No início de 2013, um advogado gaúcho entrou com uma liminar para segurar o contrato. Alegava que o contrato público era ilegal. Meses depois, ficou sem receber e teve dificuldades para renovar graças à falta da certidão negativa. O clube alegou que houve um “erro no sistema”.

 

ICasa: Os pequenos sofrem do mesmo jeito. Para fechar com a Caixa, o clube teve que acertar suas dívidas com a Prefeitura de Juazeiro do Norte.

 

Avaí: Esse não teve final feliz. O clube foi um dos primeiros a ter patrocínio do banco, com acordo firmado em julho de 2012. No meio de 2014, no entanto, o clube admitiu que não conseguiria reunir os documento da Certidão Negativa, e o acordo foi encerrado.

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