O foco já esteve voltado a áreas de hospitalidade, convidados e imprensa. Já houve críticas sobre pontos cegos, posição dos vestiários e até o tipo de cobertura. Agora, o principal foco de debate sobre o projeto de reforma do Morumbi para a Copa do Mundo de 2014 é o posicionamento das c”meras de TV. A Fifa exige que as c”meras de TV fiquem a uma dist”ncia específica para que as transmissões tenham um “ngulo favorável à exibição dos patrocinadores da entidade e permitam um padrão mundial para as imagens. O problema é que o Morumbi, por ter uma pista de atletismo entre a parte de concreto e o gramado, não tem condições de instalar a estrutura nessas condições. Atualmente, esse é o maior problema enfrentado pelo planejamento referente ao estádio. A GMP, empresa de arquitetura que o São Paulo contratou como consultora para o projeto, ainda não encontrou solução viável para o posicionamento das c”meras. ?Esse não é um problema apenas para o Morumbi, mas para todos os estádios que têm essa pista. É uma questão geométrica, que vai ter de ser solucionada com um posicionamento que permita o “ngulo que a Fifa quer mesmo com a c”mera colocada em uma dist”ncia diferente. Ainda estamos estudando como fazer isso?, disse Ralph Amamm, arquiteto da GMP. Segundo o arquiteto, a mudança no foco das críticas da Fifa ao Morumbi é uma importante demonstração de como funciona o planejamento de arenas para a Copa do Mundo: ?Trata-se de um processo din”mico. Você mostra o que pretende fazer, eles dizem o que querem e as duas partes caminham para chegar a um acordo?. A visão de Amamm, aliás, é um dos principais alicerces para o comitê paulista ignorar a sequência de críticas da Fifa ao projeto da cidade. Na última terça-feira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que o Morumbi tem um padrão adequado para o Mundial, mas que não atende às exigências de uma arena para a abertura. ?A nossa postura é de responsabilidade. A Fifa está correta na posição dela, que é a de querer um estádio zero quilômetro para a abertura da Copa do Mundo. Eles queriam um estádio novo aqui, mas isso consumiria R$ 700 milhões ou R$ 800 milhões de investimento público, além de outros R$ 500 milhões em infraestrutura. É muita coisa, e nós não podemos assumir algo assim?, disse Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo e coordenador do comitê organizador local. Além de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília pretendem organizar a abertura da Copa do Mundo de 2014. A Fifa só vai anunciar em 2011 a cidade escolhida, e isso deve ter repercussões diferentes nos três casos. Enquanto a capital federal encolherá o projeto de seu estádio se não for selecionada, os paulistas manterão um cronograma. ?O São Paulo vai fazer todas as obras previstas, em sua plenitude, independentemente de ser ou não sede da abertura. A Copa do Mundo da África do Sul é no ano que vem, e a Fifa ainda faz exigências a estádios de lá. É natural que eles tenham ponderações sobre o Morumbi, mas nós vamos trabalhar para atender a essas questões. Vamos ver em 2011 quais vão ser os projetos em melhores condições?, afirmou Adalberto Baptista, diretor de marketing do clube paulista.
Câmeras guiam novo debate no Morumbi
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