Após o Brasil virar centro do mundo esportivo, com a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos em sequência, era de se esperar que os candidatos à Presidência da República tivessem o esporte e o legado esportivo como um dos focos de governo. Especialmente caso seja considerado que os gastos para os megaeventos foram um dos gatilhos para os protestos de 2013. Mas, entre os cinco principais nomes para o cargo, o segmento ganhou pouca atenção.
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Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) pouco falam sobre o assunto em seus planos de governo. O eleitor que quiser saber as propostas para fazer a escolha no próximo domingo (7) provavelmente terá que ignorar o segmento. Alckmin e Bolsonaro, por exemplo, sequer têm um espaço dedicado a isso em seus documentos oficiais.
O candidato do PSL, líder das pesquisas, cita no máximo a inclusão de educação física no plano para saúde, com academias ao ar livre para a população. Em entrevista ao Lance!, Geraldo Alckmin afirmou que não irá intervir em nenhuma confederação, mas que criaria facilidades burocráticas a projetos com a Lei de Incentivo. Além disso, prometeu tratar o segmento como “um instrumento de integração social”, mas sempre com foco na aproximação de iniciativas privadas.
O foco social também foi o centro das propostas de Marina Silva e, de maneira mais contida, Ciro Gomes. A candidata da Rede fala em “aumento substancial dos recursos federais destinados ao esporte”, com foco em saúde e educação. Para o alto rendimento, Marina fala em criar mecanismos para deixar atletas menos dependentes do Estado, mas sem detalhar o caminho para isso.
O segundo colocado nas pesquisas conforme o Datafolha, Fernando Haddad, é o que dedica mais espaço à questão. Seu partido, o PT, esteve diretamente ligado à realização dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo, e o candidato cita a criação de uma “rede nacional de treinamento” para fazer uso das estruturas criadas. Segundo Haddad, as áreas foram abandonadas pelo “governo golpista”.
O petista também cita diretamente a gestão do futebol, com a modernização da modalidade por meio do BNDES. Haddad coloca como proposta a unificação do calendário e a inclusão do futebol feminino na agenda política. Para dar força a esses projetos, o plano de governo inclui a criação de uma “Universidade do Esporte”, para incentivar a profissionalização de agentes que atuam no segmento.