Caos no Chile pode alterar local de final única da Libertadores

O caos pelo qual passa o Chile nos últimos dias pode afetar a primeira decisão em esquema de final única da história da Copa Libertadores. Marcada para o próximo dia 23 de novembro na capital chilena, Santiago, a final, que necessariamente será entre um clube brasileiro (Flamengo ou Grêmio) e um clube argentino (River Plate ou Boca Juniors), pode até ser alterada para outra cidade sul-americana.

Neste domingo (20), a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) emitiu uma nota e afirmou que, a princípio, a ideia é manter a partida para o Estádio Nacional: “A Conmebol reafirma seu compromisso de disputar a final única da Libertadores 2019 em data, local e hora estipulados inicialmente. A Conmebol se encontra em permanente contato com as autoridades e demais envolvidos na realização da final única em Santiago do Chile”, afirmou o comunicado.

Na mesma nota, no entanto, há menção à segurança: “Continuaremos analisando o caso e levaremos em conta a segurança dos clubes, jogadores, torcedores e meios de comunicação envolvidos, para que o único protagonista seja o futebol sul-americano, em encontro que deve coroar o novo campeão continental”.

Foto: AFP

Nos bastidores, a entidade analisa seriamente a possibilidade de mudar a cidade que receberá a final, caso as coisas permaneçam como estão em solo chileno. O secretário geral da Conmebol, Gonzalo Belloso, chegou a dizer ao jornal chileno El Mercurio que “a situação é inquietante” e que uma decisão sobre uma possível mudança pode sair até em uma reunião marcada para esta segunda-feira (21).  

O Chile se encontra no momento em estado de emergência. O aumento no preço das passagens de metrô em Santiago foi o estopim para uma série de protestos, vários deles violentos, na própria capital e também em várias partes do país. O presidente Sebastian Piñera é o principal alvo da revolta.

Neste domingo (20), o Exército chileno foi às ruas. Historicamente, é a primeira vez que isso acontece desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet em 1990. A violência pelas ruas já causou sérios danos em diversos locais, inclusive turísticos, além de vários saques e também pelo menos 11 mortos e quase 1.500 detidos.

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